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A Filosofia Política na Antiguidade 

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A Filosofia Política na Antiguidade: Os sofistas

Os primeiros filósofos da Grécia antiga se preocupavam com as questões da Natureza. Suas especulações cosmológicas giravam em torno da busca pelo princípio de todas as coisas.

Os sofistas foram os pioneiros em desviar a rota tradicional de pensamento dos pré-socráticos, que se concentravam na Natureza, direcionando sua atenção para o Homem e as questões morais e políticas.

Na política, os sofistas elaboraram e legitimaram o ideal democrático, onde a virtude de uma aristocracia guerreira se opunha à virtude do cidadão comum, destacando a justiça como a maior das virtudes.

Postularam também que todos os cidadãos da pólis deveriam ter direito ao exercício do poder e desenvolveram uma nova educação capaz de satisfazer os ideais do homem político, não apenas do aristocrata, superando assim os privilégios da antiga educação elitista.

Uma obra importante dos sofistas foi a sistematização do ensino de gramática, retórica e dialética. É relevante destacar que, com o brilhantismo da argumentação no debate público, eles impressionaram os jovens de sua época.
Entre os sofistas mais famosos estão Protágoras, Górgias, Trasímaco, Pródico e Hipódamo.

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Platão

O pensamento político de Platão (428-347 a.C.) está principalmente expresso nas obras “A República” e “O Político” e seus diálogos. Ateniense, proveniente de uma família aristocrática, tinha profundo interesse pela política.

“A República”, obra crucial na cultura ocidental, é uma utopia. O termo “utopia” significa literalmente “nenhum lugar”. Platão idealiza uma cidade que não existe, mas que deveria ser o modelo para todas as cidades terrenas: a cidade ideal. Na obra, ele examina a questão do bom governo e do regime justo (justiça). O bom governo depende da virtude dos bons governantes.

Na visão de Platão, quatro abordagens merecem consideração: a origem do Estado, o comunismo/ idealismo, a questão das classes sociais e as formas de governo.

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Origem do Estado

A origem do Estado remonta ao fato de que o ser humano não é autossuficiente. De fato, ninguém pode ser, ao mesmo tempo, professor, advogado, mecânico, técnico em refrigeração, etc.

Para satisfazer todas as suas necessidades, o homem deve associar-se a outros e compartilhar diversas ocupações. Ao dividir responsabilidades e trabalho, pode-se satisfazer as necessidades de maneira mais eficaz, pois cada um se torna especialista em sua área.

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Comunismo/ Idealismo

Em “A República”, Platão imagina que todas as crianças devem ser criadas pelo Estado e receber a mesma educação até os vinte anos.

Nesse ponto, ocorre o primeiro corte, e determina-se quem, por possuir uma “alma de bronze”, tem uma sensibilidade grosseira e deve dedicar-se à agricultura, artesanato e comércio.

Os outros continuam seus estudos por mais dez anos, momento em que ocorre um segundo corte. Aqueles com alma de prata dedicam-se à defesa da cidade.

Os mais notáveis, por possuírem “alma de ouro”, são instruídos na arte do pensamento (diálogo). Eles então conhecem a filosofia, que eleva a alma ao conhecimento mais puro e é a fonte da verdade.

Aos cinquenta anos, aqueles que passaram com sucesso por essas provações estão aptos a serem admitidos no corpo supremo dos magistrados.

A estes cabe o exercício do poder, pois apenas eles têm a ciência da política. Sendo os mais sábios, também serão os mais justos, pois a justiça é aquele que conhece a justiça. A justiça constitui a principal virtude, a condição das outras virtudes.

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Classes Sociais

A partir do comunismo de Platão, podemos vislumbrar sua organização social. Ele parte do princípio de que os homens são diferentes e, portanto, devem ocupar lugares e funções diferentes na sociedade.

Dependendo do metal da alma de cada um, a sociedade se organiza em três classes: trabalhadores (camponeses, artesãos e comerciantes), soldados e magistrados (governantes).

Os trabalhadores devem garantir a subsistência da cidade; os soldados, sua defesa; e os magistrados, dirigir a cidade, mantendo a coesão.

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Formas de governo

Teoricamente falando, a melhor forma de governo, segundo Platão, é a monarquia, liderada por um filósofo-rei, que governaria a cidade conforme a justiça e preservação de sua unidade.

Sua segunda opção seria a aristocracia, composta por filósofos e guerreiros. No entanto, Platão logo percebeu que esse tipo de governo facilmente degeneraria, tornando-se uma timocracia (onde a virtude seria substituída pela norma da guerra), deixando a direção da cidade nas mãos de ambiciosos pelo poder e honra.

A fase mais corrompida da aristocracia é a oligarquia, onde a ganância pelo poder e pela honra é suplantada pela avidez de riqueza. Quando a riqueza política cai nas mãos dos abastados, o povo torna-se desesperadamente pobre e este expulsa os ricos do poder, implantando a timocracia.

Aos olhos de Platão, a democracia é o pior dos governos, pois, estando o poder nas mãos do povo e sendo este incapaz de conhecer a ciência política, facilita, através da demagogia, o surgimento da tirania – governo exercido por um só homem, através da força.

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