A essência e a existência são dois conceitos com significados ontológicos implicativos, tal como a substância e o acidente.
A essência e a existência são dois conceitos com significados ontológicos implicativos, tal como a substância e o acidente.
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ToggleA essência e a existência são dois conceitos com significados ontológicos implicativos, tal como a substância e o acidente. Para além da sua clara distinção, o conceito de essência é correlativo ao conceito de existência.
Em A Metafísica, Aristóteles escreve: “a essência é o quê de uma coisa, isto é, não o que seja, mas aquilo que uma coisa é, ou seja, é o que é uma coisa, podendo caracterizá-la e distingui-la do que ela não é; é a qualidade ou determinação sem a qual uma coisa não é o que atualmente é.
A existência é, portanto, a substância segunda, ou seja, tudo quanto existe como permanência. A essência refere-se, neste sentido, às características fundamentais da substância. Ela não existe por si só, mas existe como pensamento.
Se o conceito de essência é equivalente a substância segunda, a existência é a substância primeira. Por conseguinte, é na existência que o ser se manifesta e se revela enquanto realidade.
A existência é a atualização da essência; é a realidade, a substância em ato. Por isso, para Aristóteles, a substância pode ser entendida como a existência, pois nela residem todas as propriedades que determinam um ente, tudo o que ele é de maneira concreta, prática ou atual.
A essência e a existência constituem dois princípios necessários e, ao mesmo tempo, complementares para a afirmação ou a constituição de qualquer ser. É inconcebível um ser sem essência ou um ser sem existência.
Consequentemente, pensar num caderno não é o mesmo que ver um caderno. O caderno onde escrevo os meus apontamentos é também existente e ativo. Portanto, existir significa “sair”, “manifestar-se”, “mostrar-se” e revelar-se, e sai, manifesta-se e mostra-se somente aquilo que possui uma determinada essência.
Daqui emergem duas correntes filosóficas modernas: o essencialismo e o existencialismo.
O essencialismo defende a primazia da essência sobre a existência, o ser define-se primeiramente e só depois se torna isto ou aquilo, enquanto o existencialismo defende a primazia da existência sobre a essência, ou seja, uma pessoa não tem qualquer natureza ou conjunto de escolhas predeterminadas. Pois é sempre livre para fazer novas escolhas e constituir-se como uma pessoa diferente.
O existencialismo, embora seja um tema antigo, teve o seu desenvolvimento, como corrente filosófica, na Europa, no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais, e as suas características fundamentais são as seguintes.
A valorização do indivíduo como algo irredutível, e não como algo insignificante e reduzido à sua totalidade. O que existe verdadeiramente é o indivíduo na sua singularidade, é o indivíduo singular, único e irrepetível (existir significa ser diferente). Por isso, no que diz respeito ao ser humano, o homem primeiramente existe e só mais tarde se torna isto ou aquilo, ou seja, a existência precede a essência, como afirma Jean-Paul Sartre na sua obra O Ser e o Nada.
A valorização da liberdade do homem enquanto ser situado no universo. Se a essência é o pensamento, a existência é a manifestação do ser, ou seja, a liberdade que se afirma no ser contra todas as limitações impostas pela natureza. Portanto, o exercício da liberdade, enquanto manifestação do ser, não deve ser limitado pela natureza humana.
Como afirma Sartre: “O homem está condenado a ser livre“, isto é, o homem, enquanto manifestação do ser substanciado, ou seja, corpóreo, é livre de se tornar o que quiser, uma vez que a sua construção é algo de permanente e constante enquanto ser situado no mundo.
Neste sentido, ser homem significa ser capaz de construir a sua personalidade à medida que se vai buscando valores por si mesmo escolhidos e tomados como paradigmáticos.
No ser humano, a existência antecede a essência. Em termos filosóficos, todo objeto possui uma essência e uma existência. A essência refere-se a um conjunto consistente de propriedades; enquanto a existência se refere a uma certa presença no mundo. Muitas pessoas acreditam que a essência vem primeiro e a existência depois.
Essa ideia tem suas raízes no pensamento religioso: de fato, aquele que deseja criar algo deve saber com certeza que tipo de objeto vai criar, sendo que a essência precede a existência.
Mesmo aqueles que não têm fé mantiveram essa opinião tradicional de que o objeto só existia em conformidade com sua essência, e todo o século XVIII considerou que havia uma essência comum a todos os seres humanos, denominada natureza humana.
O existencialismo defende o contrário, ou seja, que no homem e apenas no homem – a existência precede a essência. Isso significa simplesmente que o homem é primeiro e depois é isso ou aquilo.
A essência, termo frequentemente utilizado como sinônimo de substância, define o modo de ser ao qual compete subsistir, sendo a substância nada mais do que esse modelo de ser subsistente.
No entanto, é importante ressaltar que essência e substância não são perfeitamente sinônimos: ambas se referem à mesma realidade, mas a essência designa um modo de ser determinado, um ente com características específicas (como homem, cão, cavalo, etc.), enquanto o termo substância destaca esse ente como algo próprio e subsistente, sendo assim o substrato dos acidentes.
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