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Conceito e Objeto da Ontologia (Metafísica Geral)

A ontologia, ou metafísica geral, tem como objeto de estudo o ser em sua generalidade, suas qualidades e propriedades intrínsecas.

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A ontologia, ou metafísica geral, tem como objeto de estudo o ser em sua generalidade, suas qualidades e propriedades intrínsecas.

O termo “ontologia” foi introduzido por Aristóteles em sua obra Metafísica IV,

A ontologia se dedica a questões fundamentais como: o que é um ser, quais são suas qualidades e princípios regentes. Diferentemente de outras ciências que se concentram em características específicas, a ontologia aborda o ser em sua totalidade, sem considerar atributos particulares. Por isso, seu objeto de estudo é abstrato e abrangente, englobando toda a realidade como ser.

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O que é ser?

O ser é tudo o que existe, independentemente de sua forma. É uma noção ampla e complexa em termos quantitativos, mas menos abrangente em termos qualitativos.

O conceito de “ser” é considerado um gênero supremo, pois não há outro conceito que possa incluí-lo como elemento ou espécie próxima. Sua natureza escapa a uma definição precisa, pois não possui uma característica distintiva, conhecida como diferença específica, que não seja o próprio ser.

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As categorias do ser: substância e acidente

Quando abordamos as categorias do ser, estamos nos referindo às grandes divisões que o ser engloba. Segundo Aristóteles, o renomado metafísico, existem dez categorias do ser, sendo a primeira a substância e as outras nove são os acidentes.

A substância, ou modo de ser substancial, pode ser compreendida como aquilo que é em si e por si, não em relação a outra coisa; é o substrato a partir do qual encontramos as qualidades ou os acidentes. É o que permanece como algo subsistente, com sua própria essência, não podendo ser afirmado em relação a um sujeito nem encontrado em outro lugar. São todas as coisas concretas e individuais: o homem, o cão, o lápis, o caderno, o pão.

Aristóteles distingue dois tipos de substâncias: a primeira e a segunda.

A substância primeira refere-se a coisas individualizadas, ou seja, os indivíduos em sua singularidade (este caderno, o João, meu professor, a casa onde moro, a escola onde estudo, etc.), enquanto a substância segunda abrange tudo o que existe como entidades (casa, escola, professor, caderno, homem, etc.).

Esses conceitos se traduzem em definições, ou seja, são as espécies e os gêneros que nos permitem atribuir certas qualidades às coisas individualizadas, ou seja, às substâncias primeiras (O João é um homem, aquela é a casa onde moro, etc.).

Conclui-se que a substância primeira se refere a indivíduos singulares e concretos, enquanto a substância segunda diz respeito a espécies e gêneros singulares e abstratos.

Por outro lado, o acidente é tudo o que ocorre ou acontece, necessitando apoiar-se em uma substância e, por isso, pode ser afirmado em relação a um sujeito, sendo substanciado, uma vez que constitui sua característica.

O acidente só existe na substância; é o predicado da substância, ou seja, não existe por si só. Sua existência depende de outro ser no qual pode se manifestar. Enquanto a substância é o que permanece no indivíduo, mesmo após mudanças e vicissitudes, o acidente está sujeito a alterações no indivíduo, naquilo que ocorre na categoria de substância.

Em resumo, o acidente é o predicado de uma determinada substância e não o contrário. Portanto, posso afirmar que “minha escola é linda”, “Matilda é inteligente” e “meu automóvel é veloz”, e não o contrário.

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Dez categorias de ser

Distinguem-se dez categorias de ser, sendo a primeira a substância e as outras nove formam a classe dos acidentes. Quais são esses acidentes?

  1. Qualidade: refere-se à forma ou determinação da substância (por exemplo, professor, inteligente, simpático, etc.).
  2. Quantidade: diz respeito à determinação da substância que permite atribuí-la a partes distintas das outras (por exemplo, grande, pequeno, 1,64 m de altura, 12, 8, etc.).
  3. Relação: envolve a ligação ou referência que a substância, ou até o acidente, estabelece com outra substância ou acidente (por exemplo, pai, filho, primo, chefe, mestre, etc.).
  4. Tempo: indica o momento ou ocasião apropriada ou disponível para que algo se realize, incluindo a duração de eventos externos em um período específico (por exemplo, “Moçambique tornou-se independente no dia 25 de junho de 1975”, de manhã, ao meio-dia, à tarde, etc.).
  5. Lugar: representa o espaço ocupado por um corpo substanciado em relação a outros corpos (por exemplo, na escola, no mercado, no cinema, próximo da padaria, em casa, na sala, etc.).
  6. Ação: descreve o que a substância faz usando suas faculdades ou poderes, causando efeitos em si mesma ou em outros corpos circundantes (por exemplo, dialogar, conduzir um automóvel, bater em alguém, etc.).
  7. Estado: luxo, pompa, fausto, ostentação, magnificência, ou seja, o conjunto de bens ou instrumentos que, por sua habilidade, complementam a natureza da substância, permitindo sua apresentação e conservação, assim como de outras substâncias corpóreas.
  8. Posição: refere-se ao lugar ou postura relativa ocupada pela substância ou parte dela em relação a outras (por exemplo, sentado lendo um romance, em pé apreciando a paisagem, deitado ouvindo música, etc.).
  9. Paixão: envolve sentimentos ou emoções desencadeados por um agente que, ao sobrepor-se à lucidez e à razão, provoca sofrimento em uma determinada substância (por exemplo, a perda de um ente querido, a condenação de Sócrates, a crucificação de Cristo, o tormento, etc.).

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