A Potência e o Ato

A Potência e o Ato

Aristóteles utiliza duas noções fundamentais para explicar o dinamismo do ser: potência refere-se à capacidade que uma matéria tem de se tornar algo em ato; é o caráter dinâmico da matéria que lhe permite possuir um determinado modo de ser e a capacidade de se tornar.

Por exemplo, a farinha de trigo é, em potência, um pão ou um bolo, ou seja, tem a capacidade de se tornar algo que não era anteriormente.

Da mesma forma, o algodão produzido pelo camponês ainda não é um tecido, mas possui em si a potência, ou seja, a possibilidade de se tornar um tecido, uma calça, um casaco, ou outra coisa. Se estou sentado escrevendo, posso levantar-me e esticar os braços. Se sou um aprendiz de filósofo, embora ainda não seja um filósofo.

A potência é a capacidade que permite ao ser mudar de potencialidade, ou seja, o que faz ser aquilo que é, é o que determina.

Portanto, afirmar que algo está em ato é o mesmo que dizer que esse algo tem atualidade ou existência, ou seja, passou da potencialidade de ser algo ao ato de ser. Por exemplo, a camisa do teu uniforme está em ato, ou seja, existe atualmente, e não é apenas um simples tecido como era antes de ser costurada pelo alfaiate.

Potência e ato são dois conceitos correlatos, pois enquanto a potência explica a multiplicidade e a mudança, o ato explica a unidade do ser; enquanto a potência explica o que a matéria ainda não é, mas pode vir a ser, o ato explica sua real existência, o que a matéria já é.