Renascimento Africano

O conceito do Renascimento Africano abrange não apenas o renascimento cultural, mas também o rejuvenescimento político destinado a remodelar a trajectória de África rumo à prosperidade através do avanço científico, do crescimento económico, da coesão social e da boa governação.

Renascimento Africano

O povo africano enfrentou diversas humilhações que o levaram a sentir-se inferior, especialmente devido à escravidão imposta por outros povos, sobretudo pelos europeus, ao longo de séculos. Até hoje, ainda existem africanos que se consideram inferiores a outros povos.

Uma das principais dificuldades enfrentadas pelos africanos foi exatamente essa: como mostrar ao africano, que nunca foi valorizado, que ele tem valor intrínseco, que é igual ao seu colonizador, que possui dignidade, e que ser africano não é uma maldição.

Para superar essa situação, é necessário desenvolver uma ideologia que leve o homem africano a renascer e a se sentir igual aos demais. Renascer significa passar por um renascimento psicológico após o nascimento biológico, permitindo ao africano recuperar sua autoestima, dignidade e valor próprio.

Renascimento Político e Renovação Cultural Africanos

O conceito de Renascimento Africano, tal como formulado pela antropóloga Anta Diop nos seus ensaios de 1946 a 1960, tem sido um quadro ideológico significativo destinado a superar os desafios enfrentados pelo povo africano. Esta visão de um renascimento e revitalização das esferas cultural, científica e económica de África ganhou popularidade através da defesa de figuras proeminentes como Nelson Mandela e Thabo Mbeki.

O papel de Thabo Mbeki na promoção do Renascimento Africano

Thabo Mbeki, que foi presidente da África do Sul de 1999 a 2008, desempenhou um papel crucial na promoção dos ideais do Renascimento Africano. Em Maio de 1996, Mbeki proferiu um discurso seminal intitulado “Eu sou um africano”, onde enfatizou o triunfo dos heróis e heroínas sobre a adversidade e destacou a necessidade de coesão social, democracia, reconstrução económica, crescimento e o posicionamento geopolítico chave de África pós- Apartheid.

Instituto do Renascimento Africano e seus objetivos

Em Outubro de 1999, o Instituto do Renascimento Africano foi fundado em Pretória, com filiais em Gaborone, Botswana. O instituto centra-se em várias prioridades, tais como o desenvolvimento de recursos humanos, o avanço da ciência e da tecnologia, a agricultura, a nutrição, a melhoria dos cuidados de saúde, a preservação cultural, a promoção comercial, os esforços de construção da paz e as iniciativas de boa governação em toda a África.

Desenvolvimento de Capacidades Científicas e Tecnológicas

O Instituto do Renascimento Africano tem sido fundamental na promoção do desenvolvimento de capacidades científicas e tecnológicas em África. Ao fomentar uma massa crítica de cientistas africanos de alto nível e ao investir em infra-estruturas de investigação para enfrentar os desafios relacionados com a I&D, as capacidades de produção industrial foram melhoradas, conduzindo a resultados económicos positivos para África no século XXI.

Foco renovado no pensamento político e no desenvolvimento

O renascimento do pensamento político em África envolve a desconstrução de narrativas históricas que perpetuam o subdesenvolvimento. Através de programas acadêmicos como os oferecidos em instituições como a Universidade de Brasília e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro que se concentram nos estudos afro-brasileiros e no nacionalismo no contexto de um renascimento africano, há um esforço conjunto para remodelar as ideologias políticas em direção ao progresso e fortalecimento.