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O erro: suas causas e remédios

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O erro consiste na não conformidade do espírito com a realidade ou com a coisa. É a adesão firme a algo que objetivamente é falso, mas que, do ponto de vista subjetivo, parece verdadeiro.

O erro se distingue da ignorância, pois enquanto esta consiste em não saber e não afirmar nada, aquele consiste em não saber e afirmar, julgando saber. A ignorância é uma limitação da verdade, pois o ignorante não sabe; o erro é a negação da verdade, daí que quem erra não sabe, mas julga saber.

As causas do erro podem ser de duas naturezas: psicológicas e morais.

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Causas psicológicas:

Causas Psicológicas: Estas estão relacionadas aos processos mentais e cognitivos que podem levar a conclusões incorretas ou a interpretações distorcidas da realidade. Algumas das causas psicológicas do erro incluem:

  • Viés cognitivo: Tendência a interpretar informações de uma maneira que confirme nossas crenças preexistentes ou expectativas, ignorando evidências contrárias.
  • Percepção seletiva: Tendência a notar ou lembrar de informações que confirmam nossas crenças, enquanto ignoramos ou esquecemos aquelas que contradizem nossas crenças.
  • Influências emocionais: Emoções como medo, ansiedade, raiva ou desejo podem influenciar nossas percepções e julgamentos, levando a conclusões distorcidas.
  • Erros de processamento de informações: Falhas na interpretação, armazenamento ou recuperação de informações podem levar a conclusões incorretas.
  • Limitações da memória e atenção: Nossa capacidade limitada de processar informações pode levar a distorções ou esquecimento de detalhes relevantes.
  • A falta de concentração ou atenção do espírito, que interpreta mal os dados dos sentidos, estendendo a adesão além do que foi apreendido. É o caso daquele homem que vê ouro no bronze.
  • A paixão, que nos impede de raciocinar corretamente. A paixão muitas vezes nos deixa obcecados, impossibilitando-nos de refletir de maneira clara.
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Causas morais:

Causas Morais: Estas estão relacionadas às influências éticas e valores que podem afetar nossos julgamentos e decisões. Algumas das causas morais do erro incluem:

  • A vaidade, que resulta da excessiva confiança em nossa pessoa.
  • O interesse (econômico, social, político, etc.), pelo qual preferimos aquilo que nos é favorável e que se harmoniza com nossos objetivos.
  • A preguiça intelectual, que nos impede de questionar o valor de nossos motivos e nos leva a aceitar sem reflexão determinadas afirmações ligeiramente formuladas.
  • Confusão moral: Dilemas éticos complexos podem levar a escolhas errôneas ou decisões baseadas em valores distorcidos.
  • Conflitos de interesse: Interesses pessoais ou ganhos materiais podem influenciar nossas decisões e levar a ações que são contrárias ao que é moralmente correto.
  • Pressão social: Normas sociais, expectativas e pressões de grupo podem levar a comportamentos ou decisões que são moralmente questionáveis.
  • Falta de empatia: Uma falta de consideração pelos outros pode levar a ações prejudiciais ou decisões que são moralmente incorretas.
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Remédios do Erro

Todo erro é combatido em suas causas, procedendo-se metodicamente e refletindo sobre as coisas, precavendo-se contra as sugestões da paixão e da imaginação; suspendendo o julgamento e duvidando, se necessário; não aceitando nada como verdadeiro ou falso senão o que se conhece como tal, através dos fatos legítimos.

Esses são princípios sábios para remediar o erro. Vamos detalhar cada um deles:

  • Proceder metodicamente e refletir sobre as coisas: Isso significa abordar questões com um método organizado, investigando sistematicamente as informações disponíveis e ponderando sobre elas com cuidado. Isso ajuda a evitar decisões precipitadas baseadas apenas em intuição ou emoção.
  • Precaver-se contra as sugestões da paixão e da imaginação: As emoções podem distorcer nosso julgamento e levar a conclusões incorretas. É importante reconhecer e controlar essas influências emocionais ao avaliar informações ou tomar decisões.
  • Suspender o julgamento e duvidar, se necessário: Às vezes, é prudente suspender o julgamento quando não temos informações suficientes ou quando há incerteza sobre a veracidade de uma afirmação. O ceticismo saudável nos leva a questionar e investigar mais profundamente antes de aceitar algo como verdadeiro.
  • Não aceitar nada como verdadeiro ou falso senão o que se conhece como tal, através dos fatos legítimos: Isso destaca a importância de basear nossas crenças e conclusões em evidências sólidas e em fatos verificáveis. Devemos exigir uma base empírica ou lógica para nossas convicções, em vez de aceitar cegamente afirmações sem fundamento.

Seguir esses remédios do erro pode ajudar a evitar equívocos e a buscar uma compreensão mais precisa e fundamentada da realidade

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