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Dogmatismo: conceito e Formas

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Conceito de Dogmatismo

O dogmatismo é uma doutrina ou corrente filosófica que admite a possibilidade da mente humana conhecer com plena certeza as coisas; é uma resposta afirmativa à questão da possibilidade ou não do Homem conhecer as coisas e é a atitude de todo aquele que acredita que o Homem possui meios para atingir a verdade absoluta.

Para o dogmático, existem critérios que permitem ao Homem distinguir o verdadeiro do falso, o certo do duvidoso. Assim, a percepção de qualquer objeto leva o dogmático a acreditar, com toda naturalidade, na existência do mesmo, não admitindo a possibilidade de que o conhecimento desse objeto possa ser posto em causa.

A palavra “dogmatismo” deriva de outra: “dogma”. Dogma é uma verdade indiscutível, defendida, muitas vezes, pelas religiões. Por exemplo, é dogma entre os cristãos católicos que Maria deu à luz o menino Jesus e permaneceu virgem. Algo que não se pode discutir é dogma. Ao contrário do ceticismo (ver mais adiante), o dogmatismo não se confronta com a dúvida, pois este admite apenas a possibilidade do conhecimento, considerando-o como um dado adquirido, como algo que nem sequer está em questão.

De certa forma, podemos considerar o dogmatismo como a atitude habitual do homem comum. Pois o que é notório entre os homens, face à problemática do conhecimento, é o fato de não questionarmos sobre o valor do conhecimento e, ainda mais, não nos questionarmos sobre a capacidade para estabelecer a verdade em determinadas áreas, não procurando investigar a possibilidade da relação cognitiva sujeito-objeto, assim como os fundamentos dessa relação cognitiva.

Essa atitude é própria do senso comum, visto que este toma o conhecimento vulgar como banal, superficial e acrítico, a existência do objeto em si como algo real e inquestionável. No entanto, nem todos os dogmáticos pensam da mesma forma: alguns são intransigentes em suas afirmações, enquanto outros são mais moderados em relação à possibilidade da mente humana conhecer ou não as coisas

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Variedades ou Formas do dogmatismo

Assim, podemos falar de variedades ou formas do dogmatismo: o espontâneo e o crítico.

a) Dogmatismo Espontâneo

Esta vertente pressupõe que o Homem conhece os objetos tal como são e que entre o conhecedor e a realidade há um perfeito acordo.

O dogmatismo espontâneo é uma atitude humana e psicológica de quem deposita total confiança nos dados dos sentidos; é a postura de quem busca conhecer as coisas como elas são, numa crença que, por sua vez, não permite reflexão ou crítica sobre a existência das coisas, a partir do momento em que o espírito as concebe.

Para o dogmatismo espontâneo, que é a posição ingênua do leigo, pensar o contrário significaria colocar em dúvida a verdade científica, pois pode-se dar o caso de aquilo que se crê ser falso. Assim, as verdades científicas seriam como uma casa construída sobre areia movediça.

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b) Dogmatismo Crítico ou moderado

Dogmatismo Crítico ou moderado – surge com Sócrates, quando os sofistas assumem uma posição cética sobre o valor do conhecimento.

Sócrates, utilizando o método da maiêutica, que consiste em fazer o interlocutor pensar por si mesmo no processo do conhecimento verdadeiro, irá chegar à conclusão de que é possível conhecer verdadeiramente determinadas realidades.

É importante ressaltar que este dogmatismo coloca o conhecimento intelectual acima do conhecimento sensível, uma vez que este apenas nos dá a conhecer as manifestações da realidade, manifestações essas que mudam ou continuam na mente com o passar do tempo, ao passo que aquele outro, o intelectual ou racional, é capaz de nos fazer conhecer a essência ou natureza íntima da realidade.

Esta essência é independente da percepção e do entendimento humano, sendo que o conhecimento é absoluto.

Um exemplo é o método de René Descartes (1596-1650). Ao contrário do dogmatismo espontâneo, que admite um conhecimento absoluto das coisas, o dogmatismo crítico admite sim a possibilidade de o Homem possuir conhecimento certo sobre as coisas, mas este conhecimento nem sempre é total e perfeito.

Por isso, sugere que se faça um exame crítico de todas as certezas naturais, incluindo as verdades básicas ou metafísicas. Compartilhando da perspectiva de submeter todas as certezas a um exame crítico, o filósofo francês René Descartes (1596-1650) considerou que a atitude do filósofo deveria ser, para que este chegue à verdade, o uso da dúvida como método ou caminho seguro.

É a chamada dúvida metódica, que influenciaria toda a Idade Moderna e a História da Filosofia. Para Descartes, o conhecimento seria evidente e seguro após uma análise prévia que colocasse tudo em dúvida, pois somente depois disso se poderia alcançar as verdades claras e evidentes que se revelam à mente.

Seguindo a mesma linha de pensamento, o filósofo Claude Bernard (século XIX) julga indispensável, para o sábio, o uso da dúvida. Segundo ele, a primeira condição que deve ter um sábio, em suas investigações, é a dúvida filosófica

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