A questão verdade: Estados Principais da mente em relação à verdade; e critérios para determinar alguma espécie de verdade
A questão verdade: Estados Principais da mente em relação à verdade; e critérios para determinar alguma espécie de verdade
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ToggleA busca pela verdade é de fato uma jornada complexa e multifacetada, pois envolve a correspondência entre nossos conceitos, proposições ou afirmações e a realidade subjacente.
Essa realidade pode ser tanto empírica, relacionada aos fenômenos observáveis e mensuráveis do mundo físico, quanto meta empírica, relacionada a aspetos abstratos da existência, como valores morais, conceitos matemáticos ou verdades filosóficas.
Quando dizemos que algo é verdadeiro, estamos afirmando que nossas proposições ou conceitos correspondem de alguma forma à realidade. Isso significa que o que afirmamos ou pensamos sobre o mundo está em conformidade com o que realmente existe ou ocorre.
Por exemplo, se afirmamos que “a água ferve a 100 graus Celsius ao nível do mar”, estamos fazendo uma afirmação que é verdadeira se, de fato, a água ferve a essa temperatura nessas condições específicas.
Essa correspondência entre conceito e realidade é fundamental para a noção de verdade. No entanto, vale ressaltar que a busca pela verdade pode ser complicada devido a vários fatores, como limitações humanas na observação e interpretação, complexidade dos fenômenos estudados, ambiguidade linguística e diferentes perspetivas e interpretações. Além disso, em algumas áreas como a filosofia e a ética, a noção de verdade pode ser mais subjetiva e complexa, envolvendo diferentes sistemas de valores e conceções do que constitui a realidade.
Existem quatro estados principais da mente em relação à verdade: ignorância, dúvida, opinião e certeza.
A ignorância é a falta total de conhecimento sobre um enunciado. Para a mente em estado de ignorância, a verdade ou falsidade de um determinado enunciado é como se não existisse. A ignorância pode ser vencível ou invencível, dependendo da possibilidade ou impossibilidade de eliminá-la, e culpável ou inocente, dependendo se existe ou não o dever de superá-la.
A dúvida é um estado de equilíbrio entre a afirmação e a negação. Na dúvida, a mente não adere porque os motivos para afirmar e negar estão equilibrados (dúvida positiva), ou porque não estão equilibrados, mas são suficientes para afastar o medo de estar errado (ainda dúvida positiva), ou porque não há razão para afirmar ou negar (dúvida negativa, equivalente à ignorância).
A dúvida pode ser metodológica (ou cartesiana), que é a suspensão voluntária, fictícia ou real, mas sempre temporária, da aceitação de uma verdade considerada certa para verificar seu valor, ou cética ou sistemática, que é um estado definitivo da mente em relação a toda verdade.
A opinião é a adesão hesitante da mente a uma afirmação ou negação de um enunciado. O espírito adere, mas ainda teme que o oposto possa ser verdadeiro. A opinião é um estado intermediário entre a dúvida e a certeza, onde o julgamento já foi emitido, mas ainda é inseguro. O motivo que leva à opinião é denominado probabilidade, e o enunciado ao qual se adere é provavelmente verdadeiro.
A certeza é a adesão firme e inabalável da mente a uma verdade conhecida, sem medo de errar. A certeza pressupõe a completa manifestação da verdade, ou seja, a conformidade do enunciado com a realidade, resultando em um julgamento seguro. Esta manifestação ocorre por meio da evidência, que é o motivo e o fundamento da certeza, assim como a probabilidade é o motivo da opinião.
Critérios de verdade são os sinais pelos quais diferenciamos uma coisa de outra, sendo a norma pela qual distinguimos o conhecimento verdadeiro do falso; é o sinal que nos permite reconhecer a verdade da falsidade (critério da verdade). Assim, o critério fundamental da verdade, na teoria do conhecimento, é a evidência.
A evidência é a clareza com que a verdade se impõe ao nosso espírito; é uma espécie de luz que ilumina a realidade e nos permite ver que aquilo que temos na mente corresponde a essa mesma realidade, e assim concluímos que é verdadeiro; é a sua verdade que vemos como evidente. Assim como a luz ilumina os corpos, a evidência ilumina a verdade. Exemplos de evidência incluem:
Para os pragmatistas, a verdade se identifica com o sucesso ou, melhor, com a verificação. Portanto, algo é verdadeiro ou verdade quando se verifica; são verdadeiras as hipóteses que saíram vitoriosas das provas a que foram submetidas.
O fideísmo, o senso comum, o pragmatismo e outras correntes mencionadas possuem seus próprios critérios para determinar alguma espécie de verdade.
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