A nossa perceção da realidade exterior chega-nos através dos cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar
A nossa perceção da realidade exterior chega-nos através dos cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar
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ToggleO nosso conhecimento básico do mundo exterior chega-nos através dos cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. Para a maioria das pessoas, a visão desempenha o papel principal. Sabemos que é o mundo exterior porque podemos vê-lo.
Se duvidarmos da existência real do que vemos, podemos, em seguida, estender a mão e tocar para ter certeza. Se percebo uma mosca na sopa porque consigo vê-la e, se necessário, posso tocá-la e até afastá-la.
Mas qual é exatamente a relação entre o que penso ver e o que está realmente à minha frente? Alguma vez terei certeza sobre o que existe no mundo exterior? Poderei estar a sonhar? Os objetos continuam a existir quando ninguém os está a observar? Alguma vez terei experiência direta do mundo exterior?
Todas estas questões são sobre como adquirimos conhecimento das nossas perceções imediatas; pertencem ao ramo da Filosofia conhecido por Teoria do Conhecimento, ou Epistemologia. O realismo do senso comum é a posição assumida pela maioria das pessoas que não estudaram Filosofia.
Limita-se à existência de objetos físicos – casas, árvores, carros, sardinhas, colheres de chá, bolas de futebol, corpos humanos, livros de Filosofia, etc. – dos quais podemos ter conhecimento direto através dos nossos cinco sentidos.
Estes objetos físicos continuam a existir quer os estejamos a perceber ou não. Além disso, estes objetos são mais ou menos como parecem ser: as sardinhas são de facto cilíndricas e as bolas de futebol são de facto esféricas. Isto acontece porque os nossos órgãos dos sentidos – os olhos, os ouvidos, a língua, a pele e o nariz – são, em geral, fiáveis; dão-nos uma apreciação realista do que está realmente lá fora.
O argumento da ilusão é um argumento cético que questiona a fiabilidade dos sentidos, ameaçando assim enfraquecer o realismo do senso comum. Habitualmente, confiamos nos nossos sentidos, mas, por vezes, eles enganam-nos.
Por exemplo, quase toda a gente já teve a experiência embaraçosa de parecer reconhecer um amigo à distância, para depois descobrir que estávamos a acenar a um desconhecido. Uma vara direita parcialmente imersa em água pode parecer curva; uma limonada pode ter um sabor amargo se acabámos de comer algo muito doce; vista de certo ângulo, uma moeda redonda pode parecer oval; os trilhos do comboio parecem convergir à distância; o calor pode fazer com que a estrada pareça tremeluzir; o mesmo vestido pode parecer carmesim na penumbra e escarlate à luz do sol; a Lua parece muito maior quando está mais baixa no horizonte.
Estas ilusões sensoriais, e outras semelhantes, mostram que os sentidos nem sempre são completamente fiáveis: parece pouco provável que o mundo exterior seja exatamente como parece ser. Ver algo não é apenas ter uma imagem na nossa retina.
Ou, como defendeu o filósofo N. R. Hanson (1921-1967), “a visão envolve mais do que o globo ocular”. O nosso conhecimento e as nossas expectativas do que iremos provavelmente ver afetam o que vemos de facto.
Por exemplo, quando olho para os fios de uma central telefónica, vejo apenas um emaranhado caótico de fios coloridos; um engenheiro de telecomunicações, ao olhar para a mesma coisa, veria padrões de conexões e outras coisas.
O pano de fundo das crenças do engenheiro de telecomunicações afeta o que ele efetivamente vê. O engenheiro e eu não temos a mesma experiência visual que depois interpretamos de forma diferente: a experiência visual não pode separar-se das nossas crenças sobre o que estamos a ver.
O que vemos não pode ser pura e simplesmente reduzido a imagens nas nossas retinas. O que habitualmente vemos depende daquilo a que se chama o “enquadramento mental”: o nosso conhecimento e expectativas e também o meio cultural em que fomos educados.
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