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Análise Fenomenológica do Conhecimento

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Análise Fenomenológica do Conhecimento – Perspetiva Filosófica

No ato de conhecimento, é indispensável a presença de dois elementos: o que conhece e o que é conhecido, ou seja, o sujeito e o objeto do conhecimento.

Em diferentes filosofias, algumas atribuem primazia ao objeto (realismo em geral), outras ao sujeito (idealismo em geral), enquanto outras buscam um equilíbrio entre os dois. Essa última abordagem é defendida pela Fenomenologia, uma corrente filosófica que teve grande influência no século XX.

Para a Fenomenologia, existem apenas fenômenos dados, ou seja, interessa a área do conhecimento e como ele é conhecido. Essa corrente considera o conhecimento em si mesmo e busca alcançar sua estrutura fundamental, desconsiderando tudo o que o cerca e analisando-o por si mesmo em relação sujeito-objeto.

Dessa forma, para a Fenomenologia, existe alguém que conhece (o sujeito) e algo que pode ser conhecido (o objeto), e o resultado do ato de conhecer é a representação (após aprendido, o objeto de conhecimento fica na consciência do sujeito) sob a forma de representação ou imagem.

Em resumo, para a Fenomenologia, o conhecimento é o ato pelo qual o sujeito apreende ou representa o objeto.

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7 Pontos que descrevem a Fenomenologia do conhecimento

Aqui estão sete pontos que descrevem a Fenomenologia do conhecimento:

1. Em todo o conhecimento, um “conhecedor” e um “conhecido”, ou seja, sujeito e objeto, estão frente a frente. A relação entre os dois é o próprio conhecimento. A oposição entre os dois termos não pode ser suprimida; ela significa que os dois termos não são originariamente separados um do outro, mas sim transcendentais um em relação ao outro.

2. Os dois termos da relação não podem ser separados dela sem deixar de serem sujeito e objeto. O sujeito não é sujeito senão em relação a um objeto e o objeto não é objeto senão em relação a um sujeito. Cada um deles é o que é em relação ao outro. Sua relação é uma correlação.

3. A relação constitutiva do pensamento é dupla, mas não é revelável. O fato de desempenhar o papel de sujeito em relação a um objeto é diferente de desempenhar o papel de objeto em relação a um sujeito. Dentro da correlação, sujeito e objeto não são, portanto, intercambiáveis; sua função é essencialmente diferente.

4. A função do sujeito consiste em apreender o objeto; a do objeto consiste em poder ser apreendida pelo sujeito e em sê-lo efetivamente.

5. Considerada do lado do sujeito, esta apreensão pode ser descrita como uma saída do sujeito para fora de sua própria esfera e como uma incursão na esfera do objeto, a qual é, para o sujeito, transcendente e heterogênea. O sujeito apreende as determinações do objeto e, ao apreendê-las, introduz, fazendo-as entrar em sua própria esfera.

6. O sujeito não pode apreender as propriedades do objeto senão fora de si mesmo, pois a oposição entre sujeito e objeto não desaparece na união que o ato de conhecimento estabelece entre eles; permanece indestrutível.

A consciência dessa oposição é um aspecto essencial da consciência do objeto. O objeto, mesmo quando apreendido, permanece, para o sujeito, algo exterior; é sempre o objeto, ou seja, o que está diante de.

O sujeito não pode captar o objeto sem sair de si (sem se transcender); mas não pode ter consciência do que é apreendido sem se reencontrar em sua própria esfera. O conhecimento se realiza, por assim dizer, em três tempos: o sujeito sai de si, está fora de si e retorna finalmente a si.

7. O fato de o sujeito sair de si para apreender o objeto não muda nada nele. O objeto não se torna, portanto, imanente. As características do objeto, embora sejam apreendidas e introduzidas na esfera do sujeito, não são deslocadas.

Apreender o objeto não significa fazê-lo entrar no sujeito, mas sim reproduzir nele as determinações do objeto em uma constelação que terá um conteúdo idêntico ao do objeto. O objeto não é modificado pelo sujeito, mas sim o sujeito pelo objeto.

Apenas no sujeito algo se transformou pelo ato de conhecimento. No objeto, nada de novo foi criado; mas no sujeito nasce a consciência do objeto com seu conteúdo, a imagem do objeto.

Em suma, o conhecimento é resultado da relação entre o sujeito cognoscente ou que conhece e o objeto conhecido. O sujeito não é sujeito de conhecimento fora do objeto de conhecimento. Da mesma forma, um objeto não pode ser objeto de conhecimento sem a presença de um sujeito que o conhece.

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No ato de conhecimento, o sujeito sai de si, transcende-se para encontrar o objeto

No ato de conhecimento, o sujeito sai de si, transcende-se para encontrar o objeto. O objeto, por sua vez, transcende-se a si mesmo para encontrar o sujeito, ou seja, suas propriedades ou características, também conhecidas como atributos, vão ao encontro do sujeito cognoscente.

O sujeito capta as propriedades do objeto e retorna à sua esfera, com a imagem do objeto, que permanece em sua compreensão ou mente (memorizando as características do objeto). Portanto, o sujeito experimenta três momentos distintos no ato do conhecimento: sai de si, está fora de si e retorna a si, com as características do objeto.

No entanto, é importante lembrar que este movimento do sujeito e do objeto é apenas uma descrição. Na realidade, isso acontece num piscar de olhos. Portanto, em nenhum momento podemos identificar claramente a fase em que o sujeito sai de si, está fora de si e retorna à sua esfera. Tudo acontece simultaneamente.

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