Exploramos os conceitos de juízo e proposição, analisando suas bases, estruturas e a importância da forma padrão na lógica e filosofia.
Exploramos os conceitos de juízo e proposição, analisando suas bases, estruturas e a importância da forma padrão na lógica e filosofia.
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ToggleO juízo e proposição são conceitos fundamentais na lógica e na filosofia. O juízo é a operação mental pela qual afirmamos ou negamos algo, enquanto a proposição é a expressão verbal desse juízo. Em outras palavras, o juízo é o ato de pensamento que envolve a afirmação ou negação de algo, enquanto a proposição é a forma linguística que expressa esse juízo.
No juízo, estamos lidando com a relação entre sujeito e predicado, onde afirmamos ou negamos algo sobre um sujeito. Por exemplo, na proposição “A mesa é quadrada”, estamos fazendo um juízo ao afirmar que a mesa possui a característica de ser quadrada.
Por sua vez, a proposição é a forma como esse juízo é expresso verbalmente. É importante ressaltar que nem todas as proposições gramaticais são consideradas proposições lógicas, pois nem todas expressam um juízo de verdade ou falsidade. Por exemplo, as proposições interrogativas, imperativas e interjeições não são consideradas juízos, pois não afirmam nem negam algo de forma direta.
Assim, a noção de juízo e proposição é essencial para a compreensão do pensamento lógico e da linguagem, pois nos permite analisar como expressamos nossas crenças, opiniões e conhecimentos de forma assertiva ou negativa.
O juízo, tradicionalmente designado como a segunda operação da mente, é distinto do conceito, que é a primeira operação.
Enquanto no conceito o pensamento apreende as essências “quadrado”, “meta”, no juízo envolve uma tomada de posição em relação a essas mesmas essências, como por exemplo, “A mesa é quadrada.” O juízo é, portanto, o ato mental pelo qual se afirma ou nega algo. Dessa forma, todo juízo é passível de uma avaliação em termos de verdade ou falsidade, dependendo de sua concordância ou discordância com a realidade.
No exemplo mencionado, ao afirmarmos que a mesa é quadrada, a veracidade dessa afirmação depende da realidade concreta à qual nos referimos. O juízo também pode ser definido como o processo que leva ao estabelecimento de relações significativas entre conceitos, contribuindo para o pensamento lógico.
O juízo, como ato do pensamento, encontra sua expressão verbal na proposição ou no enunciado, da mesma forma que o conceito se materializa no termo. No entanto, é necessário distinguir o sentido gramatical do termo “proposição” do sentido lógico, pois nem todas as proposições gramaticais são proposições lógicas ou correspondem a juízos.
As proposições interrogativas como “Qual o significado da existência?”, “O jantar está pronto?”; as imperativas como “Faz o que deves!”, “Não roubes!”, “Arruma a casa!”; e as interjeições como “Que calor!”, “Meu Deus!” não expressam juízos, pois não afirmam ou negam algo, e, portanto, não podem ser consideradas verdadeiras ou falsas.
Em outras palavras, apenas as frases que expressam verdades ou falsidades recebem o nome de juízos, pois estabelecem uma relação de concordância ou discordância entre dois conceitos ou termos considerados sujeito e predicado.
Dessa forma, conceitos ou termos isolados como “Lurdes Mutola”, “lápis de carvão”, “José Craveirinha” não constituem proposições ou juízos, pois não são passíveis de serem verdadeiros ou falsos. Apenas se tornam juízos ou proposições quando estão relacionados com algo, como “Lurdes Mutola é uma atleta moçambicana”, “O lápis de carvão é barato”. Por exemplo, “O céu é azul” é claramente um juízo.
Existem juízos que aparentemente não apresentam o verbo “ser”, como por exemplo “João estuda”, “Joana existe”, mas tradicionalmente aceita-se que esses juízos são equivalentes a “O João está a estudar”, “A Joana é existente”.
Vamos considerar o exemplo a seguir: Alguns moçambicanos são machopes.
Ao analisar este juízo, observamos que ele possui três elementos constituintes: sujeito, predicado e cópula, a saber:
Além disso, identificamos a presença de outro elemento – o quantificador “alguns“. Embora não seja essencial, sua presença no juízo é de grande importância, pois indica se o predicado é atribuído a todos os elementos da extensão do sujeito, a uma parte deles ou se não é atribuído a nenhum deles.
Os quantificadores são essenciais nesse contexto.
A seguir, abordaremos com mais frequência quantificadores como todo(s), nenhum, alguns ou certos, bem como há, estes últimos como indicadores de parte de um todo.
Todo juízo que afirma ou nega, sem reservas ou absolutamente, a relação entre sujeito e predicado, é chamado de juízo categórico.
Os juízos em sua forma padrão, conforme estabelecido pela lógica clássica, são introduzidos pelos quantificadores todo ou todos, nenhum e algum:
Assim, a proposição “Alguns alunos são preguiçosos” é a forma padrão que expressa uma proposição como “Há alunos que são preguiçosos“.
Nesse sentido, todas as proposições de nossa linguagem corrente ou cotidiana podem ser reduzidas à forma padrão.
É importante notar que a redução dos enunciados da linguagem comum facilitará a classificação e avaliação dos juízos.
Ao considerarmos que, em lógica, expressões como nem todos, muitos, certos, há e existem são utilizadas com o significado de alguns, então, torna-se fácil traduzir proposições para a forma padrão.
Por exemplo:
Nem todos os moçambicanos são bitongas
Muitos dos alunos da 12ª classe não gostam de ler.
Ao passar para a forma padrão, temos:
Alguns moçambicanos são bitongas
Alguns alunos da 12ª classe não gostam de ler
Dessa forma, em lógica, quando não são mencionados todos os elementos que constituem uma determinada classe, refere-se então a parte dessa classe como “alguns”.
1. Distingue, nos seguintes enunciados, as proposições das não-proposições:
a) “Empresta-me o teu caderno de Filosofia!”
b) “Noémia de Sousa é escritora e Lurdes Mutola é atleta.”
c) “O meu nome é Nguenha, Malangatana Valente.”
d) “Amanhã vou à escola.”
e) “Algumas cobras voam.”
a) Proposição: “Empresta-me o teu caderno de Filosofia!”
b) Não-proposição: “Noémia de Sousa é escritora e Lurdes Mutola é atleta.”
c) Não-proposição: “O meu nome é Nguenha, Malangatana Valente.”
d) Não-proposição: “Amanhã vou à escola.”
e) Proposição: “Algumas cobras voam.”
2. Introduz o verbo “se” nas proposições seguintes:
a) O Mataka navega sobre as aguas do lago Niassa.
b) A essência não muda.
c) Estela vende peixe.
d) O desporto educa
a) O Mataka é alguém que navega sobre as águas do lago Niassa.
b) A essência é imutável.
c) Estela é uma vendedora de peixe.
d) O desporto é educativo.
3. Apresenta os juízos seguintes na forma padrão do juízo categórico (quantificador, sujeito, cópula e predicado):
a) Os macuas falam a língua macua.
b) Certos bitongas {alam macua.
c) Não há animais imortais.
d) E proibido proibir.
e) Se estranho não entra.
f) Qualquer trapézio é um polígono.
g) Existem bitongas que são avarentos.
h) Há crianças desobedientes.
a) Todos os macuas falam a língua macua.
b) Alguns bitongas falam macua.
c) Nenhum animal é imortal.
d) Todos são proibido de proibir.
e) Nenhum estranho entra.
f) Todo trapézio é um polígono.
g) Alguns bitongas são avarentos.
h) Alguns crianças são desobedientes.
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