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Inferências Mediatas (ou Raciocínios)

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Inferências mediatas (ou raciocínios e argumentos)

s inferências mediatas, também conhecidas como raciocínios e argumentos, referem-se a processos lógicos nos quais se chega a uma conclusão a partir de premissas ou proposições anteriores. Essas inferências são chamadas de “mediatas” porque a conclusão não é diretamente derivada das premissas, mas sim através de um processo lógico que conecta as premissas à conclusão.

Os raciocínios e argumentos são fundamentais na lógica e na filosofia, pois permitem a validação de conclusões a partir de premissas aceitas como verdadeiras.

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Tipos de Inferências mediatas (ou raciocínios e argumentos)

Tradicionalmente, as inferências mediatas ou raciocínios dividem-se em três grupos: os dedutivos, os indutivos e os raciocínios por analogia ou, simplesmente, análogos.

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Analogias

A analogia é um tipo de raciocínio utilizado quando, ao se deparar com dois doentes com o mesmo tipo de sintomas, o médico conclui que estão sofrendo da mesma patologia.

Portanto, a analogia é um tipo de raciocínio bastante comum no senso comum, sendo também aplicado no âmbito científico, especialmente na Biologia, onde o pesquisador, a partir da observação seletiva de alguns caracteres, infere a presença de outros caracteres aos quais não poderia chegar por outro método.

A Antropologia e a Paleontologia também se utilizam desse tipo de raciocínio, permitindo, por exemplo, a reconstrução das características de um ser vivo a partir da presença de um dente ou de um osso.

Fundamentalmente, a analogia consiste em um raciocínio que, partindo de determinadas semelhanças observadas, infere outras semelhanças que não são visíveis. Concluindo, a partir das semelhanças, não se impede que existam diferenças que levariam a resultados diferentes. Por isso, as conclusões obtidas por meio da analogia são mais ou menos prováveis, não oferecendo a mesma segurança das conclusões dedutivas.

A analogia, partindo do particular para o particular, diferencia-se da dedução e da indução, uma vez que na primeira o pensamento caminha do geral para o particular, enquanto na indução o pensamento procede do particular para o geral.

Para que os resultados da analogia sejam credíveis, é necessário respeitar três regras fundamentais:

  • A comparação deve restringir-se aos elementos reais e não a meras suposições hipotéticas;
  • Quanto mais elementos forem comparados, maior validade terá a analogia;
  • As diferenças entre os elementos comparados não devem ser muito profundas.
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A Indução: do particular para o geral

A indução é o processo pelo qual, no nosso dia a dia, frequentemente ouvimos dizer coisas como “Os bitongas são avarentos” e “O galo canta”. Da mesma forma, no campo da ciência, também ouvimos afirmações como “Os metais são bons condutores de calor e eletricidade” e “Os corpos dilatam com o calor”.

Ao proceder dessa maneira, são atribuídos predicados a todos e a cada um dos elementos pertencentes à classe de seres designados pelo termo sujeito. No entanto, questiona-se se todos os bitongas, galos, metais e corpos foram realmente observados. Os físicos também observaram todos os metais e corpos?

É impossível realizar tais observações em todos os corpos ou elementos que compõem o todo. Consideremos o caso dos metais que ainda serão descobertos no futuro e dos corpos ainda em estado de devir. A indução é o modo de raciocínio caracterizado pela formulação de enunciados gerais a partir da observação de um número particular de casos, ou seja, partindo do particular para o mais geral, ou da observação de alguns fenômenos para a formulação de uma lei mais geral.

Portanto, na indução, as premissas podem ser verdadeiras, mas a conclusão não necessariamente precisa ser verdadeira, sendo provavelmente verdadeira. Os enunciados científicos são gerais, ou seja, são válidos para todos e cada um dos elementos de uma classe considerada. No entanto, esses enunciados são inferidos com base na observação empírica de apenas alguns casos.

Qual é a legitimidade lógica no processo de generalização ou indução? Com base em que princípio passamos de premissas particulares que traduzem a observação de alguns casos para leis ou enunciados gerais que se aplicam a todos os casos, quer tenham sido observados ou não? Essa é uma das muitas questões filosóficas levantadas por David Hume no século XVIII e que ainda persistem até hoje.

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A Dedução: do geral para o particular

A dedução, vista de um certo ângulo, pode ser considerada a operação inversa da indução. Enquanto nesta última a mente humana parte do particular para o geral, da observação de casos particulares para concluir uma lei geral, a dedução segue o percurso inverso.

O raciocínio na dedução deriva do geral para o particular, ou seja, da lei para a sua aplicação. No entanto, essa caracterização deixa de lado aspectos fundamentais da dedução.

O ponto de partida natural da indução é a experiência, particular e contingente, a partir da qual se busca alcançar uma compreensão intelectual de caráter geral.

Na dedução, a experiência não desempenha nenhum papel: chega-se a uma conclusão, mas essa conclusão deriva unicamente das premissas de onde se partiu e constitui a consequência necessária dessas premissas, podendo ser de um grau de generalidade lógica igual ou superior, como ocorre na dedução matemática.

Portanto, poderíamos definir a dedução como a tomada como verdadeira se tal uma conclusão. Vejamos o exemplo: “Os mamíferos são africanos. Os elefantes são mamíferos. Logo, os elefantes são africanos.”

O que acontece aqui é que ao aceitarmos a verdade das premissas, somos obrigados a aceitar a validade da conclusão, sob pena de entrarmos em contradição lógica. As deduções, ao contrário da indução, como vimos anteriormente, estão sempre sujeitas a uma certa margem de erro.

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Exercícios Resolvidos sobre: Inferências mediatas (ou raciocínios e argumentos)

1 -Analogia, indução e dedução são três tipos de raciocínios completamente diferenciados. Em que consiste cada um deles?

  • Analogia: consiste em inferir semelhanças a partir de observações de determinadas semelhanças não visíveis.
  • Indução: processo em que a mente conclui algo de forma generalizada a partir da constatação de certos casos ou fenômenos.
  • Dedução: processo em que se chega a uma conclusão que deriva unicamente das premissas de onde se partiu, seguindo uma sequência lógica.

2- Indica os tipos de inferências mediadas presentes nos enunciados seguintes:
a) Inferência mediata por dedução: “A função que desempenha o número zero na adição é idêntica à função que cumpre o número um na multiplicação. A soma de qualquer número com zero é igual ao próprio número. Qual é o produto de um número qualquer multiplicado por um?”
b) Inferência mediata por analogia: “Nkahimane pertence à Liga dos Direitos Humanos. Como tal, votaria contra a violência doméstica, dado que os membros que compõem a sua Liga se opõem à violência doméstica.”
c) Inferência mediata por indução: “Os funcionários da empresa Cervejas de Moçambique são bem pagos. O senhor Mataka é bem pago porque trabalha na empresa Cervejas de Moçambique.”

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