Os valores podem ser definidos a partir de várias dimensões, sendo critérios pelos quais atribuímos importância às coisas
Os valores podem ser definidos a partir de várias dimensões, sendo critérios pelos quais atribuímos importância às coisas
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ToggleDo conceito de valores em relação à ação humana, podemos observar que em todas as ações humanas, o ser humano expressa a maneira como se relaciona com o mundo, podendo preferir ou priorizar algo. No contexto dos juízos de valor que podemos enquadrar na análise da ação humana, o juízo de valor já é o resultado do que chamamos de valores.
Os valores podem ser definidos a partir de várias dimensões, sendo critérios pelos quais atribuímos importância às coisas. Eles são os critérios que justificam ou motivam nossas ações, tornando algumas preferíveis a outras. Os valores não são coisas ou simples ideias que adquirimos, mas conceitos que refletem nossas preferências.
Existem diferentes tipos de valores, e eles são relativos, variando de pessoa para pessoa. Os valores são importantes para a ação humana, pois constituem os critérios e padrões que orientam a ação e lhe conferem sentido.
Assim, a ação humana está intrinsecamente ligada aos valores que atribuímos e que influenciam nossas escolhas e comportamentos.
No âmbito da ação humana, os seres humanos expressam a forma como se relacionam com o mundo, podendo preferir ou priorizar algo. A ação humana está intrinsecamente ligada aos valores, seja de forma explícita ou implícita.
Os valores fornecem ao sujeito o motivo para agir. Dessa forma, parar quando o semáforo está vermelho expressa um valor nobre: o civismo; da mesma forma, dar esmola também possui um valor muito nobre: a solidariedade.
Através dos valores, hierarquizamos nossas ações, considerando algumas preferíveis às outras. Mas quais são esses valores? O que constitui um juízo de valor? E o que diferencia um juízo de fato de um juízo de valor?
Um juízo de fato descreve a realidade de forma objetiva, neutra e impessoal. Esses juízos podem ser verificáveis e verdadeiros ou falsos.
Exemplos desses juízos incluem afirmações como “Maputo é a capital de Moçambique”, “Antônio foi passear na praia ontem” e “As plantas realizam fotossíntese”.
Por outro lado, um juízo de valor é uma manifestação de preferência e apreciação sobre a realidade, fruto de uma interpretação parcial e subjetiva baseada em valores.
Os juízos de valor são relativos, variando de pessoa para pessoa e, portanto, sujeitos a discussão. Exemplos desses juízos incluem afirmações como “Maputo é a cidade mais bonita da África” e “João é uma pessoa antipática”.
No contexto dos juízos de valor, podemos enquadrar a análise da ação humana, pois o juízo de valor é o resultado dos valores que atribuímos.
Os valores não são objetos tangíveis nem simples ideias que adquirimos, mas sim conceitos que refletem nossas preferências.
O valor sempre serve como uma referência para a avaliação do sujeito que o enuncia. Não se trata de características ou qualidades intrínsecas de algo, alguém ou eventos (como cor, tamanho, duração, forma, altura, etc.), mas sim de qualidades e atributos atribuídos pelo sujeito a algo, alguém ou a um evento.
Esses atributos são essenciais para a ação humana, na medida em que constituem os critérios e padrões que orientam a ação e lhe conferem significado.
Existe uma ampla diversidade de valores, os quais podem ser categorizados em espirituais e materiais:
Valores religiosos: relacionados à conexão do ser humano com a transcendência, como sagrado, pureza, santidade, perfeição, castidade, entre outros.
Valores estéticos: expressam conceitos como beleza, harmonia, graciosidade, elegância, feiura, sublimidade, tragicidade, entre outros.
Valores éticos: referem-se a normas ou critérios de conduta que afetam todas as áreas da atividade humana, como lealdade, verdade, solidariedade, honestidade, bondade, amizade, liberdade, entre outros.
Valores políticos: relacionados à qualidade de cidadania do ser humano, como justiça, igualdade, imparcialidade, cidadania, liberdade de expressão, associação e culto, entre outros.
Valores do agradável e do prazer: expressam sensações de prazer e satisfação, como comida, bebida, vestuário, entre outros.
Valores vitais: relacionados ao bem-estar físico e emocional, como saúde, força, resistência física, felicidade, amor, entre outros.
Valores de utilidade ou econômicos: referem-se a bens materiais como habitação, dinheiro, meios de comunicação, eletrodomésticos, vestuário, alimentos, automóveis, máquinas, entre outros.
Apesar da diversidade de valores, eles compartilham características comuns a todos os tipos, grupos e situações:
Polaridade dos valores: os valores sempre se apresentam em pares opostos, como bom e mau, belo e feio, útil e inútil.
Hierarquia dos valores: os valores estão sempre dispostos em uma hierarquia que implica a superioridade e prioridade de uns sobre os outros, sendo que cada pessoa, grupo, cultura ou comunidade possui sua própria hierarquia de valores.
Historicidade dos valores: a seleção, hierarquização e o próprio conteúdo dos valores sofrem condicionantes e influência da época em que são enunciados.
A questão da subjetividade (ou relatividade) e objetividade dos valores gera diferentes perspetivas e debates sobre a natureza dos valores.
Alguns autores defendem que os valores possuem duas vertentes: subjetiva e objetiva; enquanto outros acreditam que os valores são exclusivamente objetivos, e há ainda aqueles que consideram os valores como puramente subjetivos.
Para os defensores da subjetividade, os valores nunca podem deixar de ser subjetivos, pois representam um padrão comportamental ao qual alguém atribui importância ou relevância.
Essa conceção baseia-se na observação empírica de que ao longo do tempo os valores estão sempre em evolução.
Por exemplo, o ideal de beleza em uma época pode ser considerado mau gosto em outro período histórico. Essa posição foi adotada pelos sofistas na Antiguidade, ao afirmarem que a verdade ou a moral são convenções que variam de sociedade para sociedade, de indivíduo para indivíduo e de cultura para cultura.
Os defensores da vertente objetiva argumentam que os valores representam padrões de comportamento coletivamente reconhecidos e adaptados por um grupo ou comunidade mais ou menos vasta, sendo considerados absolutos e inquestionáveis.
Essa posição é amplamente apoiada pela maioria das religiões, que se baseiam em textos sagrados como a Bíblia e o Corão, e em normas morais consideradas absolutas, ou seja, valores que não dependem das sociedades ou dos indivíduos, uma vez que refletem a vontade divina.
Essa mesma posição foi defendida por Platão ao considerar o bem, o belo e o justo como entidades ideais, imutáveis e incondicionadas.
Na Filosofia moderna, essa visão é compartilhada por filósofos como Max Scheler e Nicolai Hartmann. Em contrapartida, Jean-Paul Sartre, famoso filósofo francês do século XX, ao defender a liberdade, questionou a imposição dos próprios valores.
Por outro lado, muitos autores e instituições atuais argumentam que o conjunto de valores e o ato de valorar incorporam critérios objetivos e subjetivos.
Em cada época ou cultura, certos valores são atribuídos o caráter de absolutos e inquestionáveis, como a liberdade, a igualdade, a paz e a solidariedade, conforme defendido pela Declaração dos Direitos do Homem. Isso ocorre em detrimento de outros valores considerados mais relativos e menos obrigatórios.
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