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A cadeia aristotélica de causas: Tomás de Aquino e as Cinco Vias

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Se o ser é tudo quanto é, ou seja, tudo quanto existe e pode passar da potência ao ato e do imperfeito ao perfeito, é necessário compreender a força ou razão transformadora das coisas que confere um determinado modo de ser: a causa.

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A cadeia aristotélica de causas

A causa pode ser entendida como a condição da existência de qualquer coisa, ou seja, é tudo o que concorre para a produção de qualquer coisa. Segundo Aristóteles, os seres criados não têm a razão de ser em si mesmos e ele distingue quatro causas que concorrem para a produção de qualquer coisa:

  • Causa eficiente: é a condição do fenômeno que produz outro fenômeno, ou seja, aquilo que produz uma coisa; é o artífice que confere o ser que antes uma coisa não possuía (por exemplo, o carpinteiro que faz a madeira, a matéria-prima, a forma da cadeira onde estás sentado).
  • Causa material: é a condição ou aquilo de que uma coisa é feita (no caso da cadeira onde estás sentado, a causa material é a madeira).
  • Causa formal: é a forma ou o aspecto que um determinado ser assume ou que é moldado pelo seu criador (por exemplo, cadeira retangular, quadrada, etc.).
  • Causa final: é o propósito ou objetivo com que uma coisa é feita (no caso da tua cadeira, seria apoiar-te, colocando o teu material escolar sobre ela, permitindo-te escrever ou ler).

Na Idade Média, o tema da causa voltou a ser atual e foi extensivamente estudado, especialmente por Tomás de Aquino, que retomou a doutrina aristotélica da causa, enquadrada agora no âmbito do pensamento escolástico. A Escolástica foi a corrente filosófica dominante na Idade Média, ensinada nas escolas da igreja, e que combinava doutrinas religiosas e assuntos teológicos com a filosofia.

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Cinco vias ou provas da existência de Deus

Tomás de Aquino apresentou a Suma Teológica e enquadrado na temática da causa, que, para este pensador, é aquilo a que algo se segue necessariamente, as Cinco Vias, que também ficaram conhecidas como as provas da existência de Deus. São elas:

  1. O movimento do mundo é explicável se existir um primeiro motor imóvel.
  2. A série de causas eficientes no mundo deve conduzir a uma causa sem causa.
  3. Os seres contingentes e corruptíveis dependem de um ser neles próprios independente e incorruptível.
  4. Os diversos graus de realidade e bondade do mundo devem ser aproximações a um máximo de realidade e bondade subsistente.
  5. A teleologia normal de agentes não conscientes no universo implica a existência de um orientador universal inteligente.

Estas Cinco Vias foram consideradas bastante importantes na sua época, no contexto da reflexão filosófico-teológica, mas posteriormente foram consideradas teses falaciosas.

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