Nesta postagem, exploraremos os modelos de negócios do Brasil e da China na África. Ambos os países fizeram investimentos significativos no continente africano, mas as suas abordagens e resultados diferem
Nesta postagem, exploraremos os modelos de negócios do Brasil e da China na África. Ambos os países fizeram investimentos significativos no continente africano, mas as suas abordagens e resultados diferem
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ToggleNesta postagem, exploraremos os modelos de negócios do Brasil e da China na África. Ambos os países fizeram investimentos significativos no continente africano, mas as suas abordagens e resultados diferem. Iremos aprofundar as razões por detrás destas diferenças e discutir o impacto das políticas governamentais na sua presença em África.
O Brasil e a China experimentaram um crescimento económico significativo nas últimas décadas. À medida que os países se tornam poderosos, muitas vezes começam a olhar para além das suas fronteiras em busca de oportunidades económicas e militares.
A China, outrora um país muito pobre, abriu-se ao mundo e utilizou a sua população como força de trabalho para obter mão-de-obra barata. O Brasil, por outro lado, saiu de uma ditadura militar e estabilizou sua economia na década de 1990 com a implementação do Plano Real.
Sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil aumentou significativamente os seus compromissos com a África. Lula da Silva fez 12 viagens à África, visitando 21 países, e recebeu 47 visitas de presidentes e primeiros-ministros africanos.
O Brasil estabeleceu 37 embaixadas em África e expandiu o seu comércio com o continente de 4 mil milhões de dólares para 20 mil milhões de dólares entre 2000 e 2010.
O Brasil concentrou seus investimentos em vários setores, incluindo agricultura, saúde, educação, administração pública, meio ambiente, tecnologia da informação e desenvolvimento urbano.
As empresas brasileiras que atuam na África empregaram mão de obra local, ofereceram estágios e treinamentos e tiveram impacto social positivo nas comunidades onde atuavam.
A China, por outro lado, tinha uma presença muito maior na África em comparação ao Brasil. Em 2010, a China tinha mais de 10.000 empresas a operar no continente em vários sectores, incluindo transportes, agricultura, saúde e cultura.
O modelo de financiamento da China diferia do Brasil, oferecendo empréstimos a juros zero, empréstimos subvencionados e empréstimos comerciais aos países africanos.
As empresas chinesas desempenharam um papel significativo no sector da construção em África, representando 31% de todos os projectos de construção no continente.
No entanto, a presença da China foi percebida com restrições, pois a mão de obra empregada era maioritariamente chinesa, ao contrário das empresas brasileiras que contrataram um elevado número de trabalhadores locais.
Uma das principais diferenças entre os modelos de negócios do Brasil e da China em África são as suas abordagens de financiamento.
O financiamento do Brasil era determinado pela administração direta do Governo Federal, que tinha critérios específicos para a concessão de empréstimos. Se um país não cumprisse estes critérios, o financiamento não seria concedido.
A China, por outro lado, tinha três categorias de financiamento: empréstimos a juros zero, empréstimos concedidos e empréstimos comerciais.
Isto permitiu à China fornecer financiamento a países que ainda não tinham pago as suas dívidas, facilitando aos países africanos o envolvimento em negócios com a China.
Além disso, a China tinha um número muito maior de empresas operando na África em comparação ao Brasil. Isto deveu-se ao nível de financiamento fornecido por cada país e à forma como escolheram quais as empresas que operariam no continente.
O financiamento brasileiro foi direcionado principalmente para cinco grandes empreiteiros, enquanto a China distribuiu o seu financiamento a médias e grandes empresas, criando uma maior variedade de empresas que operam em África.
As empresas brasileiras que operam na África tiveram um impacto social positivo nas comunidades onde operavam. Eles empregaram mão de obra local, proporcionaram estágios e treinamento e contribuíram para o desenvolvimento de escolas, moradias, hospitais e postos de saúde.
Em contrapartida, as empresas chinesas empregavam menos pessoas locais e não proporcionavam formação ou estágios adequados, o que levou a queixas de maus-tratos e a um impacto social negativo.
No setor da saúde, tanto o Brasil como a China deram contribuições significativas. O Brasil assinou acordos bilaterais de saúde com 22 países africanos, com foco no tratamento de doenças prevalentes como HIV, malária e anemia.
A Fundação Oswaldo Cruz do Brasil fez parceria com o governo de Moçambique para construir uma fábrica farmacêutica para a produção de medicamentos genéricos.
O Brasil e a China reconheceram o potencial do sector agrícola em África, com dois terços das terras aráveis do mundo localizadas no continente. Contudo, os pequenos agricultores em África não beneficiaram significativamente do investimento chinês e brasileiro na agricultura.
Estes investimentos estavam muitas vezes ligados à compra de equipamento e tecnologia do Brasil e da China, o que favorecia agricultores e empresas de grande escala, em vez de pequenos agricultores africanos.
A China estabeleceu centros de demonstração de tecnologia agrícola em África para formar agricultores e cientistas e promover a venda de sementes híbridas e agroquímicos chineses.
As empresas brasileiras, por outro lado, concentraram-se na venda de tecnologia de irrigação e de tractores agrícolas em África, mas há evidências limitadas que sugerem que os pequenos agricultores de subsistência beneficiaram directamente destes investimentos.
A China esteve fortemente envolvida em projectos de construção em África, representando 31% de todos os projectos de construção no continente. Esses projetos incluíram a construção de pontes, ferrovias e outras infraestruturas.
Contudo, a mão de obra empregada nesses projetos era predominantemente chinesa, o que diferia das empresas brasileiras que priorizavam a contratação de trabalhadores locais.
Os modelos de negócios do Brasil e da China na África diferiam em termos de financiamento, número de empresas em operação e impacto social.
O Brasil concentrou-se em setores específicos e teve um impacto social positivo através do emprego e da formação de mão de obra local. A China, por outro lado, teve uma presença maior em África e priorizou projectos de infra-estruturas de grande escala.
Apesar das suas diferenças, ambos os países reconheceram o potencial económico de África e procuraram estabelecer ligações e parcerias para o seu próprio crescimento.
As mudanças de governo no Brasil podem ter impactado a sua presença em África, mas é importante notar que a ascensão da China como superpotência e o seu modelo de negócios desempenharam um papel significativo no aumento dos seus investimentos em África.
O impacto das políticas governamentais no continente é um tema que vale a pena explorar mais profundamente.
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