Após a independência de Angola em 1975, os três grupos nacionalistas – o MPLA, a UNITA e a FNLA – lutaram entre si pelo controle do país, especialmente da capital, Luanda.
Após a independência de Angola em 1975, os três grupos nacionalistas – o MPLA, a UNITA e a FNLA – lutaram entre si pelo controle do país, especialmente da capital, Luanda.
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ToggleApós a independência de Angola em 1975, os três grupos nacionalistas – o MPLA, a UNITA e a FNLA – lutaram entre si pelo controle do país, especialmente da capital, Luanda. Em 1991, eles assinaram os Acordos de Bicesse em uma tentativa de acabar com a guerra civil que se arrastava desde 1975. Logo em seguida, as eleições passaram a ser discutidas, e no ano seguinte foram marcadas as Eleições Gerais de 1992.
O MPLA logo profissionalizou sua campanha, contratando uma empresa de marketing brasileira e um instituto de pesquisa também brasileiro, que focaram a campanha na ideia de que o MPLA e seu presidente, José Eduardo dos Santos, eram a maior garantia da permanência da paz recém-conquistada no período pós-eleitoral. Com slogans curtos, diretos e rimados, o MPLA conseguiu uma grande vantagem na comunicação em relação à UNITA.
Nas eleições de 1992, José Eduardo dos Santos obteve 49,57% dos votos, contra 40,07% de Jonas Savimbi, da UNITA. No entanto, a UNITA rejeitou os resultados como fraudulentos e enviou negociadores à capital, mas ao mesmo tempo se preparou para retomar a guerra civil. Como resultado, milhares de membros ou apoiadores da UNITA foram mortos em todo o país pelas forças do MPLA em dias, no que ficou conhecido como o Massacre de Halloween.
Após vários anos de guerra civil, a tão desejada paz foi finalmente alcançada em 2002, com a morte de Jonas Savimbi, líder da UNITA. O então secretário do MPLA, João Lourenço, agora presidente de Angola, falou sobre a morte de Jonas Savimbi, e Eduardo Dos Santos ficou conhecido como o Arquiteto da Paz.
Com a paz conquistada, o país enfrentou a árdua tarefa de canalizar recursos para a reconstrução da infraestrutura e a redução da pobreza. Os diamantes e, particularmente, o petróleo offshore dominavam a economia nacional, sendo responsáveis por quase toda a receita. No entanto, esses setores estavam muito mal articulados com o resto da economia.
Diante das dificuldades enfrentadas pelo país, Manuel Domingos Vicente, então presidente da Sonangol, a empresa estatal de petróleo de Angola, teve uma ideia brilhante de explorar novos depósitos, que foi aceita pelo presidente Eduardo Dos Santos e pelo conselho de ministros. Isso permitiu um aumento significativo na produção de petróleo nos anos seguintes.
No entanto, a falta de diversificação da economia não ajudou tanto, principalmente devido à centralização e à má gestão das empresas, que deixaram outros setores estagnados. Essa má gestão econômica, acompanhada de reformas parciais e distorções nas políticas econômicas, juntamente com a falta de know-how, tecnologia e manutenção, já que uma parte considerável da população era analfabeta e poucos tinham um grau de escolaridade aceitável, resultou de um modelo e regime imposto pela colônia portuguesa.
Até 2008, o país não havia visto eleições, com a desculpa de que não havia condições devido à guerra civil. No entanto, a verdade é que o MPLA estava consolidando seu poder. As eleições de 2008 foram apenas eleições legislativas, que o MPLA venceu com 82% dos votos, com a maioria sendo de jovens angolanos, o que fez o partido conquistar 191 dos 220 assentos na Assembleia Nacional.
Em 2010, o MPLA alterou a Constituição, tornando as eleições apenas legislativas e determinando que o presidente não poderia mais exercer mais de dois mandatos consecutivos de cinco anos. Nas eleições de 2012, o MPLA venceu com 71,84% dos votos, mas perdeu 16 parlamentares em relação a 2008. A UNITA, o principal partido de oposição, conseguiu dobrar sua representação parlamentar, elegendo 32 deputados.
Desde então, o MPLA vem perdendo votos a cada eleição. Isso se deve a vários fatores, como o não cumprimento de promessas feitas durante as campanhas, a falta de diversificação da economia, a alta taxa de desemprego, especialmente entre os jovens, e a percepção de corrupção e má gestão do governo.
Nas eleições de 2017, que elegeram João Lourenço como novo presidente, houve um aumento significativo no número de eleitores, com 7 milhões de votos, contra 6 milhões em 2012. Isso mostra que muitos jovens que votaram pela primeira vez tiveram uma grande influência.
Apesar das promessas de João Lourenço de combater a corrupção e gerar mais oportunidades, o país continua enfrentando sérios problemas econômicos e sociais. O desemprego, a falta de investimentos em saúde e educação, e a percepção de que a corrupção ainda é um problema grave têm contribuído para o declínio do MPLA.
Diante desse cenário, muitos angolanos questionam se a política em Angola um dia servirá aos interesses do povo, e não apenas a uma classe privilegiada. Com o MPLA fazendo cada vez mais promessas e perdendo cada vez mais eleitores, é evidente que o país precisa de uma mudança significativa para atender às necessidades de sua população.
Será que o governo de João Lourenço conseguirá cumprir suas promessas e promover um desenvolvimento mais equitativo e sustentável em Angola? Ou o país continuará a enfrentar os mesmos desafios, com o MPLA perdendo cada vez mais apoio popular? Apenas o tempo dirá, mas uma coisa é certa: os angolanos estão cada vez mais clamando por uma mudança real na política de seu país.
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