Por muito tempo, os químicos designaram reacções de oxidação aquelas em que uma substância se combina com o oxigénio
Por muito tempo, os químicos designaram reacções de oxidação aquelas em que uma substância se combina com o oxigénio
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TogglePor muito tempo, os químicos
designaram reacções de oxidação aquelas
em que uma substância se combina com o oxigénio. Como exemplos dessas
reacções temos a oxidação do ferro e do cobre.
4Fe (s) + 3O2
(g) → 2Fe2O3 (s)
2Cu(s) + O2
(g) → 2CuO(s)
Ao processo contrário, isto é, à diminuição do
teor em oxigénio de uma
substância, os químicos chamaram redução.
Como exemplos de reacções de redução
temos a obtenção dos metais a partir dos seus óxidos, por reação com o carbono
ou com o hidrogénio.
CuO(s) + C(s)
→ Cu(s) + CO(g)
CuO(s) + H2
(g) → Cu(s) + H2O (g)
A redução do óxido implica a oxidação
do carbono ou do hidrogénio, ou seja, a oxidação e a redução são simultâneas.
Em resumo, segundo esta primeira
abordagem:
Oxidação – é o ganho de oxigénio.
Redução –
é a perda de oxigénio.
Nas duas últimas equações químicas
ocorre, simultaneamente, a redução e oxidação, de modo que são reacções de redução-oxidação,
ou simplesmente redox.
Quando o magnésio se oxida, produz-se
o óxido de magnésio, que é um composto iónico.
Mg(s) + ½O2
(g) → Mg2+O2– (aq)
Analisando a reação sob o ponto de
vista da formação de iões, conclui-se que esta é formada por duas semi-reações,
que se podem representar por duas semi-equacões:
Mg → Mg2+ + 2e–
½O2 + 2e–
→ O2–
Numa das semi-reacções, o magnésio
cede dois electrões e, na outra, o oxigénio capta dois electrões.
Na oxidação, o magnésio cedeu
electrões. Podemos então dizer: a oxidação é
um processo em que há perda de electrões.
Por sua vez, o oxigénio que sofre a
redução ganha electrões, então: a redução é
um processo em que há ganho de electrões.
A oxidação do magnésio e a redução do
oxigénio produzem-se simultaneamente.
Assim, tem-se:
Reacção de oxidação-redução é uma reacção em que há transferência de electrões.
Reacção de oxidação-redução = Reacção redox
A definição de oxidação como perda de
electrões também se aplica a outras reacções em que não entra oxigénio.
Por exemplo, a reacção de um metal com
um não-metal, que produz a formação de um composto iónico, é também considerada
uma reacção redox.
Tomemos como exemplo a reacção do
magnésio com o cloro:
Mg(s) + Cl2 (g) → MgCl2(s)
Sendo o cloreto de magnésio um
composto iónico formado pelos iões Mg2+ e 2Cl–, podemos
considerar as duas semi-reacções que se seguem:
Semi-reacção de oxidação: Mg → Mg2+ + 2e–
Semi-reacção de redução: Cl2 + 2e– → 2Cl–
O conjunto das duas semi-reacções constitui o processo global da equação redox, cuja equação é:
Mg + Cl2 → Mg2+
+ 2Cl–
Um outro exemplo de reacção redox é a
oxidação de alguns metais pelos ácidos, o que explica um dos impactos das
chuvas ácidas.
A reacção do
ácido sulfúrico com o zinco é um exemplo de reacção deste tipo:
H2SO4
(aq) + Zn(s) → ZnSO4 (aq) + H2 (g)
Escrevendo
a equação sob a forma
iónica:
2H+ + Zn(s)
→ Zn2+ (aq) + H2 (g)
A semi-reacção de oxidação é traduzida
por:
Zn(s) → Zn2+
(aq) + 2e–
e a semi-reacção de redução:
2H+ (aq)
+ 2e– → H2 (g)
São também exemplos de reacção redox
as reacções entre um metal e um ião de outro metal em solução.
Exemplos:
Zn(s) + Cu2+(aq)
→ Zn2+(aq) + Cu(s)
A semi-equação de oxidação será:
Zn(s) → Zn2+(aq)
+ 2e–
A semi-equação de redução será:
Cu2+(aq) + 2e–
→ Cu(s)
Numa reacção de redução-oxidação
(redox) há sempre uma espécie que sofre a oxidação e outra que sofre a redução.
Uma espécie que se oxida cede
electrões à outra espécie, reduzindo-a. Por isso, à espécie
que se oxida denomina-se redutor ou
agente
redutor.
Uma espécie que se reduz capta
electrões da outra, oxidando-a, por essa razão, à espécie
que se reduz denomina-se oxidante ou agente oxidante.
Por outras palavras, o oxidante é um aceitador de electrões, obriga a outra
espécie a oxidar-se (logo, reduz-se). O redutor
é um dador de electrões, obriga a outra espécie a reduzir-se (logo, oxida-se).
Oxidante:
Espécie que sofre a redução, produzindo a oxidação da outra.
Redutor: Espécie
que sofre a oxidação, produzindo a redução da outra.
Na
reacção entre o magnésio e o cloro:
O
magnésio é o redutor porque, ao ceder electrões ao cloro, vai reduzi-lo.
O cloro é o oxidante
porque, ao captar electrões do magnésio, vai oxidá-lo.
Algo
similar acontece na reacção entre o zinco metálico e os iões cobre.
Para facilitar o reconhecimento das
reacções redox, os químicos introduziram o conceito de número de oxidação (nox).
O número de oxidação
de um átomo define-se como sendo o número de electrões que esse átomo
perde ou ganha na ligação iónica ou que perderia ou ganharia se, na ligação
covalente, os electrões da ligação fossem transferidos para o átomo mais
electronegativo.
O nox
representa-se por cima do símbolo químico do elemento e é sempre um valor
numérico antecedido por sinal positivo ou negativo.
Exemplos: (+1) (-1) (+2) (-2)
Na+ Cl– Mg2+ O2–
Nos casos de ligação covalente, o
número de oxidação é puramente formal, isto é, a carga é fictícia.
De seguida, vamos apresentar um
conjunto de regras para determinar os números de oxidação:
1. O número de oxidação
(nox) de um átomo de um elemento no estado livre ou fazendo parte de uma substância elementar é zero.
Por exemplo: Fe, C, H2, O2,
P4, Cl2
Os números de oxidação dos átomos
nestas espécies é zero.
2. O número de oxidação
de um ião
monoatómico é igual à respetiva
carga.
Por
exemplo, no cloreto de magnésio – MgCl2 (Mg2+, 2Cl–):
nox (Mg2+) = +2
nox (Cl–) = -1
Nos iões poliatómicos, constituídos
por mais de um átomo o número de oxidação
é igual ao quociente entre a carga do ião e o número de átomos que o constituem.
3. A soma dos números de oxidação dos átomos numa molécula
é zero.
(+1) (x) (-2)
H N O3
(+1) + x + 3(-2) = 0 ↔ x = +5
Confirmar que, com o nox obtido, a soma é igual a zero:
(+1)
+ (+5) + 3(-2) = 0
1 + 5 – 6 = 0
(verdadeiro)
4. A soma dos números de
oxidação
dos átomos num ião
poliatómico é igual à carga do ião.
(x) (-2)
C
O3-2
x + 3(-2) = -2 ↔ x = 14
Números de oxidação mais vulgares de alguns
elementos em compostos
1. Os átomos dos elementos do grupo I (Li,
Na, K, …) da Tabela Periódica apresentam sempre o nox = +1.
2. Os átomos dos elementos do grupo II principal (Mg, Ca, Sr, Ba, apresentam sempre o nox = +2.
3. O hidrogénio apresenta o nox = +1, excepto nos hidretos que é nox = -1:
(+1) (-1)
HCl NaH
Cloreto de hidrogénio Hidreto de Sódio
4. O oxigénio apresenta o nox = -2, excepto nos peróxidos, nos quais nox = -1,
e no fluoreto de oxigénio, no qual nox = +2.
(-2) (-1) (+2)
H2O H2O2 OF2
5. O flúor
apresenta sempre o nox = -1.
Bibliografia
SILVA, Filomena Neves. Q9 – Química 9ª Classe. 2ª Edição. Texto
Editores, Maputo, 2017.
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