Roman Jakobson, renomado linguista, propôs uma descrição das funções da linguagem que são fundamentais para compreender a comunicação
Roman Jakobson, renomado linguista, propôs uma descrição das funções da linguagem que são fundamentais para compreender a comunicação
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ToggleRoman Jakobson, renomado linguista, propôs uma descrição das funções da linguagem que são fundamentais para compreender a comunicação. Segundo Jakobson, existem seis funções da linguagem, cada uma com um foco específico na comunicação. São elas:
Função referencial (ou informativa) – esta centrada no contexto. Neste tipo de discurso, o emissor (locutor) direciona sua mensagem principalmente para o contexto (ou referente).
Caracteriza-se pela objetividade, neutralidade e imparcialidade, uma vez que o emissor busca transmitir informações. Exemplos desse tipo de discurso incluem notícias jornalísticas, informações técnicas e científicas.
Função expressiva (ou emotiva) – esta centrada no emissor. Neste tipo de discurso, prevalece a atitude do emissor em relação ao referente, resultando em uma apreciação subjetiva. Por isso, o uso de adjetivos e interjeições é inevitável.
Na comunicação oral, a tonalidade da voz do emissor varia, sendo alta, baixa, aguda ou suave, dependendo da intenção em relação ao interlocutor (convencer, ridicularizar, instruir, demonstrar, etc.).
Função persuasiva (apelativa ou imperativa, também conhecida como conativa) – está centrada no destinatário ou receptor. Trata-se de um tipo de discurso em que o emissor/locutor busca influenciar, seduzir, convencer ou dar ordens ao receptor, provocando uma reação específica.
Por isso, esse tipo de discurso é marcado por imperativos e vocativos, como observado em publicidade e propaganda política: “Votar em mim é votar no progresso”, “Repete de novo”, “Vive e ajuda a viver”, “Ei, tu também, vem abraçar-me”.
Função estética (ou poética) – está centrada na mensagem. Embora seja especialmente evidente na poesia, essa função ocorre em qualquer tipo de mensagem. Os emissores, geralmente, se esforçam para embelezar e aprimorar suas mensagens.
Exemplos diretos e práticos desse tipo de discurso incluem a poesia, algumas publicidades e obras de arte, cujas mensagens são portadoras de sua própria significação.
No cotidiano, também encontramos exemplos dessa categoria, como a delicadeza e a escolha das palavras em determinadas circunstâncias e diante de determinadas pessoas.
Função fática – está centrada no contato, ou seja, no canal de comunicação. Nesse tipo de discurso, os interlocutores buscam garantir, estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação, verificando se o meio utilizado está funcionando. Exemplos desse tipo de discurso incluem interjeições como “Estás a ouvir-me?”, “Alô?” (ao telefone), “Como?”.
Função metalinguística – está centrada no código. Nesse tipo de discurso, os interlocutores buscam definir ou esclarecer o significado dos signos para que sejam compreendidos mutuamente.
No campo das artes, exemplos desse tipo de discurso incluem textos que discutem diferentes estilos, e em conversas é comum ouvir questionamentos como “Compreendes-me?”, “O que queres dizer com essa palavra?”, “Isto significa…”.
Neste contexto, é importante destacar que um discurso ou enunciado não se limita a uma única função de linguagem. Em uma proposição (frase ou enunciado), as funções de linguagem podem estar combinadas, ou seja, é possível encontrar duas ou mais funções atuando simultaneamente.
Por exemplo, quando uma empregada doméstica diz à sua patroa “Senhora, acabou o açúcar”, ela está, por um lado, informando sua patroa que o açúcar acabou em casa (função referencial/informativa), por outro lado, está tentando persuadi-la a comprar mais açúcar (função persuasiva ou apelativa), e talvez esteja também expressando seu sentimento de pena pela falta de açúcar, pensando na gulodice dos habitantes da casa (função expressiva ou emotiva). A atribuição ou classificação baseia-se na função mais predominante.
As funções referencial (ou informativa) e persuasiva (apelativa ou argumentativa) são de particular importância no estudo da lógica, pois a função referencial ou informativa nos permite representar ou descrever fatos, estados ou relações entre as coisas; seus enunciados, frases ou expressões são passíveis de serem verdadeiros ou falsos, dependendo de seu conteúdo e adequação à realidade.
A segunda função da linguagem (função persuasiva ou apelativa) permite combinar enunciados, frases ou proposições e estruturar argumentos justificativos ou comprovativos, os quais são passíveis de serem validados ou invalidados, ou seja, de verificar se são coerentes entre si.
Assim, o trabalho da lógica consiste precisamente em verificar a validade e invalidade dos discursos, bem como a verdade ou falsidade dos mesmos, contribuindo para uma análise crítica e racional da comunicação e dos argumentos apresentados.
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