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Definição: O que e? Tipos e Regras

A definição é a operação lógica que consiste em determinar com rigor e compreensão exata de um conceito.

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A Definição

Etimologicamente, a palavra “definir” provém do latim “definne”, que significa delimitar ou colocar limites. Portanto, definir um conceito é indicar seus limites de forma a não se confundir com outros conceitos.

Nesse sentido, a definição é a operação lógica que consiste em determinar com rigor e compreensão exata de um conceito; é a explicitação e a especificação do seu significado.

Por exemplo, definir “gato” é evidenciar ou determinar de forma rigorosa as características que o identificam (ser animal que mia), distinguindo-o, assim, de outros.

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Como se pode definir um conceito?

De forma geral, a definição de um conceito é feita enumerando as qualidades essenciais, de modo que a sua noção seja tão clara e precisa que, ao saber exatamente o que ele é, possamos distingui-lo nitidamente do que ele não é.
Portanto, é necessário indicar o gênero mais próximo (o que é comum) do conceito que pretendemos definir e a sua diferença específica (o que o torna único), pela qual se distingue uma determinada entidade das outras do mesmo gênero.

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Definição: O que e? Tipos e Regras - Como se pode definir um conceito
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Tipos e espécies de definições

Ao analisarmos com cuidado a definição apresentada anteriormente, percebemos que a definição, como operação lógica, nos leva a realizar a seleção de predicados e a abstração de certos atributos ou qualidades dos objetos. No entanto, surge a questão dos critérios de seleção: Com quais critérios devemos proceder? Com que critério devemos nos orientar?

A resposta a essa questão de critérios de seleção ou abstração nos leva a verificar a existência de diferentes critérios e, portanto, de diferentes tipos de definições.

Existem diferentes tipos de definições, que podem ser classificados em duas categorias principais: Real e Nominal.

Definições Reais:

Essencial ou Metafísica: Define a essência ou natureza fundamental de um objeto ou conceito.

Descritiva: Enumera as características essenciais de um objeto ou conceito.

Final: Define com base na finalidade ou propósito do objeto ou conceito.

Operacional: Define em termos de procedimentos de medição ou classificação.

Definições Nominais:

Etimológica: Define fornecendo o significado do termo com base na origem ou história da palavra.

Exemplo: A BIOlogia é o estudo da VIDA

Sinonímica: Define um termo em relação a outros termos com significado semelhante.

Estipulativa: Define um termo de forma específica para um contexto particular, estabelecendo um significado preciso.

Esses tipos de definições fornecem diferentes abordagens e perspectivas para compreender e explicar objetos e conceitos em diversas áreas do conhecimento.

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Regras da Definicao

Para que uma definição seja considerada fundamentalmente correta, ou seja, que delimite de forma clara o conjunto de objetos designados pelo termo a ser definido, é essencial que siga rigorosamente as regras que apresentaremos a seguir. O entendimento e a aplicação dessas regras permitem construir definições que expressem com precisão e clareza todas as qualidades essenciais da classe ou conjunto designado pelo termo a ser definido. Vamos, portanto, examinar essas regras.

A definição deve ser aplicável exclusivamente ao definido

A definição deve ser aplicável exclusivamente ao definido, sem ser excessivamente restrita ou ampla, a fim de permitir a reciprocidade. Em outras palavras, uma definição é válida quando o que é atribuído ao sujeito pertence exclusivamente a ele. Isso pode ser verificado no exemplo a seguir: “O gato é um animal que mia.” Esta definição essencial caracteriza-se por indicar as notas essenciais: gênero próximo e diferença específica. A definição é essencial para caracterizar o objeto mediante sua natureza. Por exemplo: “A laranja é um fruto redondo que possui sementes.”

Na definição mencionada, são atribuídos ao sujeito “gato” dois predicados lógicos: “animal” e “mia”. Ao atribuir a característica de ser um animal que mia ao sujeito “gato”, estamos garantindo que essa característica pertence exclusivamente a ele e, portanto, só se aplica ao gato. Isso atende à exigência de reciprocidade. Ao converter a definição para “o gato é um animal que mia”, mantemos a veracidade da definição original. Por outro lado, se definirmos o gato como um mamífero de quatro patas, a definição se tornaria inadequada por ser muito ampla, o que impediria a reciprocidade.

Portanto, uma definição não deve ser excessivamente ampla nem restrita demais. Se for muito ampla, pode abranger seres ou objetos que não estão sendo definidos; se for muito restrita ou breve, pode excluir elementos pertencentes à extensão do conceito a ser definido, impossibilitando a reciprocidade.

A definição não deve ser circular, ou seja, o termo a ser definido não deve aparecer na própria definição (regra da não circularidade)

A não circularidade da definição permite que ela seja mais clara do que o definido. Na definição, o que atribuímos ao sujeito deve acrescentar algo ao seu conceito, ou seja, a definição não deve incluir o termo a ser definido nem termos da mesma família. Pelo contrário, nossa definição será circular (círculo vicioso). Vejamos alguns exemplos:

Quando um aluno, questionado pelo professor, diz “O homem é um ser humano”; “O cilindro é uma figura cilíndrica”; “Saboroso é aquilo que tem sabor”, ele está simplesmente repetindo por outras palavras aquilo que pretende dizer. Nessas definições, o definido está contido, ou seja, faz parte da definição, o que gera circularidade. Dizer que “O cilindro é uma figura cilíndrica” é o mesmo que dizer “O cilindro é cilindro”.

Estamos violando da mesma forma essa regra de não circularidade ao definirmos qualquer conceito em relação ao seu oposto. Por exemplo: “Doce é algo que não é amargo”; “Comprido é o que não é curto”; “Direito é o que não está torto”.

Uma definição não deve ser negativa quando pode ser afirmativa.

Essa regra exclui as definições de conceitos ou termos que são inexistentes, negativos, conceitos ou termos que representam privação. Nestes casos, a definição pode ser necessariamente negativa. Por isso, diz-se que “órfão é o ser humano que não tem pai nem mãe”, logo é aquele que não vê e tudo é o que não faz.

Além disso, a definição não deve ser expressa em termos figurativos ou metafóricos.

Ao definir algo para explicar o seu significado, é fundamental evitar recorrer, em uma definição, à linguagem figurativa, pois a linguagem figurativa ou metafórica não nos proporciona precisão e clareza no significado do termo a ser definido. Portanto, devemos evitar construir definições como as seguintes: “A beleza é o espelho da eternidade”; “O amor é fogo que arde sem se ver”; “O atletismo é a vitória do povo moçambicano”.

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Os Indefiníveis

Será que todos os conceitos são definíveis? Como vimos anteriormente, definir um conceito é explicá-lo, é transformá-lo de obscuro a claro, de modo que possa ser distinguido dos outros. Também observamos que, em geral, a definição é feita indicando o seu gênero mais próximo e a diferença específica. No entanto, nem sempre isso é possível em outras palavras, nem todos os conceitos são definíveis. Assim, os conceitos considerados indefiníveis são agrupados em três espécies. Vejamos:

Gêneros supremos: Se toda definição começa pela inclusão do termo a definir (espécie) no seu gênero mais próximo, os gêneros supremos são indefiníveis por excesso de extensão, não possuindo seus gêneros mais próximos para se possam incluir. Um exemplo disso é o conceito de “ser”.

Indivíduos: Se os gêneros supremos são indefiníveis por excesso de extensão, os indivíduos são indefinidos por excesso de compreensão.

Torna-se muito difícil, senão impossível, descobrir em um indivíduo uma característica (a diferença específica) que seja suficiente para que se possa distinguir dos outros indivíduos conhecidos ou por conhecer. Sendo assim, os indivíduos só podem ser nomeados (Mataka, Adija, Mukapere, etc.) ou descritos (claro, alto, gordo, olhos castanhos, cabelo preto, etc.).

Dados imediatos da experiência: Os dados imediatos da experiência são por si só claríssimos, não havendo, portanto, nenhuma definição que possa torná-los ainda mais claros.

Em outras palavras, se definir um conceito ou termo é esclarecido por meio de outros conceitos ou termos, então, dada a sua clareza imediata e intuitiva, não é possível obter uma definição que os torne mais claros ainda.

Nenhuma definição de “prazer”, “dor”, “amargura” ou “doçura” nos tornaria mais claro o que a experiência sobre eles nos diz. Por isso, quem já teve essas experiências compreende melhor o que é prazer, dor, amargura ou doçura do que aquele que ainda as teve.

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