As dimensões dos discursos humanos são pluridimensionais, reconhecendo a existência de diversas dimensões que o compõem.
As dimensões dos discursos humanos são pluridimensionais, reconhecendo a existência de diversas dimensões que o compõem.
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ToggleAs dimensões dos discursos humanos são pluridimensionais, reconhecendo a existência de diversas dimensões que o compõem. Algumas dessas dimensões podem ser consideradas mais relevantes e fundamentais do que outras, levando em conta o nosso objeto de estudo imediato que é a lógica.
São exemplos das dimensões fundamentais do discurso: função sintática, semântica e pragmática. Além disso, existem outras dimensões acessórias que não devem ser ignoradas e que serão abordadas a seguir, tais como: linguística, textual, lógico-racional, expressiva ou subjetiva, intersubjetiva ou comunicacional, argumentativa, apofântica ou representativa, comunitária, institucional e ética.
A importância dessas dimensões foi destacada pelo filósofo americano Charles Morris (1901-1979), que procurou estabelecer uma teoria geral dos sinais ou semiótica, identificando três níveis de análise dos processos de comunicação: nível sintático, semântico e pragmático.
A dimensão sintática, etimologicamente derivada do grego “syntaxis” (co-ordenação, coordenação), tradicionalmente é definida como a parte da gramática que trata das regras combinatórias entre os diversos elementos da frase.
Em termos simplificados, a sintaxe trata da relação interlinguística dos signos entre si, conforme descrito por Karl Otto Apel, filósofo contemporâneo alemão, ou estuda as relações internas que os signos mantêm entre si, como mencionado por Michel Meyer, filósofo contemporâneo belga.
Portanto, por questões de caráter sintético ou de sintaxe, letras dispostas aleatoriamente não formam uma palavra; palavras dispostas aleatoriamente não formam uma frase; e frases dispostas ao acaso não constituem um texto coerente.
A dimensão semântica tem suas raízes no grego “semantikos”, que significa literalmente “arte da significação” ou “arte (ciência) do significado”. Michel Bréal (1832-1915), linguista francês e fundador da semântica, define a semântica como a ciência dedicada ao estudo dos significados.
De acordo com Michel Meyer, a semântica trata das relações dos signos (palavras ou frases) com seus significados (significação) e destes com a realidade a que se referem (referência).
A dimensão pragmática tem sua origem na palavra grega “pragma” (ação), e entre os precursores da pragmática destaca-se o filósofo e crítico literário alemão Von Humboldt (1767-1835), que afirmou que a essência da linguagem é a ação.
Michel Meyer define a pragmática como a disciplina que se preocupa com os sinais em sua relação com os usuários. Charles Morris é considerado um dos fundadores da disciplina, que complementa a sintaxe e a semântica. Na comunicação, segundo Morris, há um signo, um significado e um intérprete, estabelecendo entre eles uma relação tripla.
A pragmática é o estudo do uso das proposições, podendo ser definida como o estudo da linguagem, levando em consideração a adaptação das expressões simbólicas aos contextos referenciais, situacionais, de ação e interpessoais. A atitude pragmática envolve a busca de significado nos sistemas de sinais, considerando a interação com os usuários.
Em uma análise pragmática de um texto, seja escrito ou falado, procuramos entender como o texto está estruturado e quais são suas funções específicas. Qualquer texto oral ou escrito representa essencialmente a realização de um ato que não é apenas locutório (produção de um enunciado de acordo com as regras gramaticais de sua língua, articulação e combinação dos elementos sintáticos das palavras), mas também um ato ilocutório (o que se faz ao dizer) e um ato perlocutório (os efeitos resultantes da ação de dizer).
Considerando o exposto anteriormente, concluímos facilmente que, do ponto de vista pragmático, interessa principalmente considerar os aspectos ilocutório e perlocutório.
Essas três dimensões do discurso não podem ser isoladas, pois são intrinsecamente indissociáveis. Vamos, portanto, analisar algumas razões explicativas e justificativas da interligação dessas dimensões que estabelecem a relação tripla dos elementos semióticos (a semiótica estuda os signos ou formas, e todas as produções culturais humanas, incluindo a linguagem, são signos semióticos):
Linguística
O discurso possui uma dimensão linguística, uma vez que um indivíduo emissor enuncia algo em uma determinada língua.
Textual
O discurso sempre se manifesta em um texto escrito ou oral, que consiste em uma sequência de enunciados ordenados de forma coerente.
Lógico-racional
O discurso é formulado de acordo com uma lógica sequencial e encadeamento lógico de proposições.
Expressiva/subjetiva
O discurso, por ser humano, é sempre expressão de sentimentos, pensamentos, argumentos, emoções e perspectivas de um determinado sujeito.
Intersubjetiva/comunicacional
O discurso pressupõe sempre a possibilidade de comunicação entre sujeitos: comunicação com o outro ou outros.
Argumentativa
No discurso, em situações de diálogo ou outras, os sujeitos comunicam suas verdades, argumentos e pontos de vista, de forma persuasiva.
Apofântica
Esta designação foi originalmente estabelecida por Aristóteles e traduz a relação do discurso com a realidade. O discurso é sempre um juízo sobre alguma realidade, referindo-se à verdade ou falsidade das coisas que dizem respeito e sempre representando uma representação do real.
Comunitária e institucional
O discurso está sempre configurado em uma língua que assimilamos desde cedo ou que aprendemos posteriormente e que pertence a uma determinada comunidade ou cultura, na qual os termos de sua utilização são definidos e estabelecidos.
O discurso deve obedecer e respeitar um código do discurso que podemos chamar de “ética da discussão”, “ética argumentativa” ou “ética da comunicação”, conforme proposto por Habermas e K. Otto Apel. Esse código determina que os participantes no discurso devem e podem:
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