A Tomada de Notas: Transcrição, Esquemas e Resumos

 A Tomada de Notas

A tomada de notas é uma prática essencial para um bom leitor, que vai além do simples ato de sublinhar, envolvendo também a realização de anotações no papel ou no próprio texto de apoio. Essas anotações, especialmente aquelas feitas no texto, demonstram o espírito crítico do leitor. 

As anotações podem assumir diversas formas, tais como:

– Ponto de interrogação (?) para indicar dúvida.

– Ponto de exclamação (!) para expressar surpresa ou entusiasmo.

– Letras diversas para fazer observações simples, como por exemplo: B para bom, I para importante ou interessante, N para não, R para rever, entre outras.

– Palavras que resumam o núcleo central de um parágrafo.

– Uma nota de referência sobre os assuntos defendidos pelo mesmo autor ou por autores diferentes.

Essas anotações pessoais e reações são fundamentais para a compreensão e retenção da informação, além de facilitarem revisões posteriores. Ao fazer anotações, o leitor está envolvido ativamente com o texto, o que contribui para uma melhor assimilação do conteúdo.

O que é fazer anotações?

Fazer anotações é enriquecer o livro: Ao fazer anotações em um livro, caderno ou material de estudo, o indivíduo está interagindo ativamente com o conteúdo, relacionando informações, destacando pontos importantes e registrando reflexões pessoais. 

Essas anotações funcionam como um complemento ao texto original, permitindo uma melhor compreensão e internalização do conhecimento.

Anotações claras e breves: Para que as anotações sejam eficazes, é fundamental que sejam claras, objetivas e concisas. Dessa forma, o estudante consegue acessar rapidamente as informações essenciais, sem se perder em detalhes desnecessários. Anotações breves facilitam a revisão e a organização do material de estudo.

Atividade de tirar apontamentos como processo fundamental: Tirar apontamentos é considerado um dos processos fundamentais para a aprendizagem eficaz, pois envolve a síntese e a organização das informações, auxiliando na retenção do conteúdo. 

Por meio dos apontamentos, o estudante estrutura o conhecimento de forma personalizada e adaptada às suas necessidades.

Tipos de apontamentos: Segundo Estanqueiro, os apontamentos podem ser classificados em três tipos: transcrição, esquemas e resumos. Cada tipo possui características específicas e é adequado para diferentes contextos de estudo.

Transcrição: Consiste em copiar uma informação de forma idêntica ao texto original. Embora seja útil para fixar conceitos e estimular a reflexão durante a escrita, a transcrição não é considerada o método mais eficaz para estudar, pois não promove a síntese e a compreensão profunda do conteúdo.

Esquemas e resumos: São formas mais eficazes de apontamentos, pois envolvem a organização e a síntese das informações, destacando os pontos-chave e as relações entre os conceitos. Os esquemas e resumos facilitam a revisão, a memorização e a compreensão global do conteúdo estudado.

Portanto, ao fazer anotações e tirar apontamentos de forma adequada, o estudante potencializa sua aprendizagem, tornando o processo mais eficiente e significativo.

Transcrição e suas regras

O primeiro tipo de apontamento, conhecido como “A Transcrição”, consiste em copiar uma informação de forma idêntica ao texto original. Embora seja útil, não é considerado o método mais eficaz para estudar um assunto. Ao transcrever, o estudante acaba refletindo sobre o conteúdo, o que pode auxiliar na compreensão, mas é mais eficaz realizar esquemas e resumos para uma melhor assimilação da matéria.

Para garantir a eficácia dos apontamentos de transcrição, algumas regras sugeridas pelo autor incluem:

1. Não copiar longos textos integralmente. Em vez disso, selecionar as partes mais significativas para transcrever.

2. Colocar entre aspas os trechos copiados para diferenciá-los do restante do texto.

3. Indicar com precisão a fonte da informação, incluindo o nome do autor, o título do livro ou revista, o número da edição, o local da edição, o editor, a data e a página de onde a informação foi retirada.

Ao seguir essas regras e organizar os apontamentos de transcrição de forma adequada, eles se tornam uma ferramenta valiosa que pode ser consultada em qualquer momento, contribuindo para uma melhor compreensão e retenção do conteúdo estudado.

A técnica de esquematização é uma ferramenta importante para organizar e resumir informações-chave durante a leitura. Os esquemas consistem em enunciados simples das palavras-chave, em torno das quais é possível estruturar grandes quantidades de conhecimento. Segundo Estanqueiro, os esquemas representam uma economia de palavras significativa e facilitam a identificação e visualização do essencial do assunto em análise, podendo ser facilmente reformulados conforme necessário.

Esquemas e seus tipos

Existem diferentes tipos de esquemas, tais como índices, quadros, gráficos, desenhos ou mapas, que podem ser encontrados em manuais e são úteis para representar visualmente a informação de forma mais clara e concisa.

Embora os esquemas sejam uma técnica valiosa de resumo, é importante notar que, de acordo com Ruiz, eles podem ser considerados insuficientes em termos de informações detalhadas. 

Por isso, é essencial complementar os esquemas com outras técnicas de estudo, como resumos mais detalhados, para garantir uma compreensão abrangente do conteúdo.

Por outro lado, as regras do resumo, conforme mencionadas por Ruiz, incluem ser fiel ao texto, captar o tema do autor, ser simples, claro e destacar os títulos e subtítulos, subordinar as ideias aos fatos e manter um sistema uniforme de observação. 

Essas diretrizes ajudam a criar resumos eficazes que sintetizam as informações essenciais de forma coerente e compreensível.

O resumo e suas características 

 O resumo é uma técnica que consiste em abreviar e tornar mais curto um texto, selecionando e reformulando as ideias essenciais de forma clara e articulada. Segundo Estanqueiro, para pessoas pouco treinadas na técnica do resumo, é proposta a seguinte metodologia:

1. Compreender o texto na sua totalidade.

2. Identificar a ideia-chave ou tópico de cada parágrafo.

3. Registrar em uma folha de rascunho os vários tópicos, recolhidos parágrafo a parágrafo.

4. Reconstruir o texto de forma pessoal, respeitando sempre o plano e o pensamento do autor.

Um bom resumo, assim como um bom esquema, deve possuir quatro características fundamentais:

– Brevidade: os pontos principais da matéria são registrados de forma abreviada, não ultrapassando um quarto do texto original.

– Clareza: os fatos ou ideias são apresentados sem confusão ou ambiguidade.

– Rigor: o essencial do assunto é reproduzido fielmente, sem erros ou distorções.

– Originalidade: a matéria é traduzida em uma linguagem original, própria de cada leitor, transmitindo apenas o ponto de vista do autor. Resumir não é comentar!

Fazer resumos é um processo eficaz para compreender e assimilar a matéria, além de ser um treino fundamental para transmitir ideias de forma breve, clara, rigorosa e original. Em situações de avaliação, escritas ou orais, e ao longo da vida, é essencial ter a capacidade de comunicar rapidamente e de forma eficiente o essencial do que sabemos. Aprender a resumir aumenta as chances de sucesso.

É importante notar que, ao ser solicitado a fazer um resumo, é recomendável perguntar qual a extensão desejada para evitar excessos ou deficiências na síntese .

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