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ToggleO Que é Agir por Dever?
Agir por dever significa agir de acordo com a obrigação moral, independentemente das consequências ou dos desejos pessoais. Quando uma pessoa age por dever, ela segue um senso de responsabilidade moral e cumpre suas obrigações éticas sem considerar seus próprios interesses ou inclinações.
Agir por dever envolve seguir o imperativo categórico, que é uma lei moral universal que deve ser seguida por todos os seres racionais. O imperativo categórico exige que ajamos de acordo com princípios que possam ser universalizados, ou seja, devemos agir de tal forma que possamos desejar que nossa ação se torne uma lei universal aplicável a todos.
Portanto, agir por dever implica em realizar ações que são moralmente corretas, independentemente de nossos desejos pessoais ou das consequências dessas ações. É agir de acordo com um senso de responsabilidade moral e respeito pelos princípios éticos, seguindo o que é considerado certo e justo, mesmo que isso possa envolver sacrifícios pessoais.
Agir por Dever na Visão de Kant
Agir por dever significa agir em conformidade com o respeito pela lei moral; e a maneira de verificar se estamos agindo assim é procurar a máxima, ou princípio, com base no qual agimos, ou seja, o imperativo ao qual nossas ações se conformam.
Existem dois tipos de imperativos: os hipotéticos e os categóricos. O imperativo hipotético afirma que se desejamos alcançar um determinado fim, devemos agir de uma certa maneira.
O imperativo categórico diz o seguinte: independentemente do fim que desejamos atingir, devemos agir de uma certa maneira. Existem muitos imperativos hipotéticos, pois há muitos fins diferentes que os seres humanos podem buscar. No entanto, há apenas um imperativo categórico, que é o seguinte: “Age apenas de acordo com uma máxima que possas, ao mesmo tempo, querer que se torne uma lei universal.”
Exemplos ilustrativos de Kant sobre Agir por dever
Kant ilustra este princípio com vários exemplos, dos quais podemos mencionar dois. O primeiro é o seguinte: “Tendo ficado sem fundos, posso cair na tentação de pedir dinheiro emprestado, apesar de saber que não serei capaz de o devolver.
Estou a agir segundo a máxima sempre que pensar que tenho pouco dinheiro, peço dinheiro emprestado e prometo pagar, apesar de saber que nunca o devolverei.” Não posso desejar que todos ajam seguindo esta máxima, pois, nesse caso, toda a instituição da promessa seria prejudicada. Assim, pedir dinheiro emprestado nessas circunstâncias violaria o imperativo categórico.
Um segundo exemplo é o seguinte: uma pessoa que está bem na vida e a quem alguém em dificuldades pede ajuda pode cair na tentação de responder “Que me interessa isso? Que todos sejam tão felizes quanto desejarem ou quando conseguirem; não serei prejudicado, mas também não ajudarei.”
Esta pessoa não pode desejar que esta máxima seja universalizada, pois pode surgir uma situação em que ela própria precise do amor e da simpatia de outros. Estes casos ilustram duas maneiras diferentes em que o imperativo categórico se aplica.
No primeiro caso, a máxima não pode ser universalizada, pois sua universalização implicaria em uma contradição (se ninguém cumprir suas promessas, as próprias promessas deixam de existir).
No segundo caso, a máxima pode ser universalizada sem contradição, mas ninguém poderia racionalmente desejar a situação que resultaria de sua universalização. Kant afirma que os dois casos correspondem a dois tipos diferentes de dever: dever de agir e dever de não agir.
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